Cultura | 02-09-2023 15:00

Nova sede do rancho folclórico da Casa do Povo do Cartaxo não tem condições

Nova sede do rancho folclórico da Casa do Povo do Cartaxo não tem condições
Francisco Catalão, presidente da direcção e ensaiador do Rancho da Casa do Povo do Cartaxo, e Elisabete Mota, tesoureira, lamentam não terem um espaço com as devidas condições para ensaiarem

Colectividade mudou-se para um espaço no centro da cidade, disponibilizado pelo casal Helena e Rui Maximiano, a quem o rancho agradece todo o apoio.

No entanto, o espaço não tem condições para todas as modalidades que a colectividade dispõe. O presidente da direcção e ensaiador, Francisco Catalão, espera reunir com o presidente da Câmara do Cartaxo em Setembro para chegarem a uma solução.

A direcção do rancho folclórico da Casa do Povo do Cartaxo está descontente porque o novo espaço que lhe foi cedido para nova sede não tem condições para ensaiarem. O rancho fez apenas um ensaio e o chão levantou e o grupo de teatro, a principal fonte de receita da colectividade, está parado porque não há espaço para ensaiar. “Estamos muito agradecidos ao casal que nos disponibilizou o seu espaço para ensaiarmos e termos as nossas coisas. Se não fossem eles não sei o que teria sido desta colectividade. O problema é que não temos espaço para colocar tudo nem sequer para ensaiar. A sala não dá para os cerca de 50 elementos do rancho ensaiarem e o chão não é o melhor”, explicou a O MIRANTE o presidente da direcção e ensaiador, Francisco Catalão.
O ensaiador refere que os elementos do rancho estão desmotivados porque não há ensaios e vão saindo aos poucos. No domingo, 27 de Agosto, tiveram um espectáculo no norte do país e participaram sem terem ensaiado. Além disso, tiveram de pagar do próprio bolso cerca de mil euros pelo autocarro. A direcção do rancho pretende reunir com a Câmara do Cartaxo no final de Setembro porque pretende encontrar uma alternativa e ter uma sede onde possam ter todas as actividades que tinham e poder ensaiar, tanto o rancho, como o teatro, a zumba e a música tradicional portuguesa. “Estamos tristes porque sentimos que não tivemos o apoio suficiente por parte do município. Somos uma das colectividades mais antigas do concelho e o rancho mais antigo do concelho”, vinca Francisco Catalão. O rancho quer voltar a realizar noites de fado e outras iniciativas que organizavam na sua sede onde angariavam dinheiro para as despesas anuais. Francisco Catalão sugere o pavilhão de exposições ou o pavilhão da Inatel como espaços que poderiam servir de sede à colectividade.
Recorde-se, tal como O MIRANTE noticiou, que o Rancho Folclórico da Casa do Povo do Cartaxo foi obrigado a abandonar aquela que foi a sua sede durante mais de quatro décadas depois de não ter chegado a acordo com a Segurança Social, proprietária do espaço, que pediu mais de mil euros de renda por mês, valor que a associação não tinha como suportar. O presidente da Câmara do Cartaxo, João Heitor (PSD), informou em sessão camarária, em Maio deste ano, que o município não tinha possibilidades financeiras de ajudar. Conhecida como Rancho da Casa do Povo do Cartaxo a associação estava ali instalada desde 1981. No final dos anos 80 do século passado a Casa do Povo do Cartaxo foi extinta. Entretanto o edifício passou a pertencer à Segurança Social mas o rancho continuou a ter a sua sede no primeiro piso do edifício, conhecido como ‘o edifício da Casa do Povo’.
Em 1996 foi assinado um protocolo entre a Câmara do Cartaxo e a Segurança Social em que ficou definido que apesar de o edifício pertencer à Segurança Social o primeiro piso continuaria cedido à associação. Só que agora o Estado está a reaver todo o património da Segurança Social e por isso a associação teve que sair do edifício.

Uma colectividade que não é só folclore

A Associação Cultural Reacreativa Rancho Folclórico do Cartaxo foi fundada em Novembro de 1947. Actualmente, além do rancho, tem um grupo de música popular portuguesa, grupo de teatro e zumba. É uma forma de ter mais dinâmica e mais receitas. O balão de oxigénio que têm ao longo do ano é durante a Feira do Vinho e a Feira dos Santos onde exploram uma tasquinha e fazem dinheiro que lhes permite gerir a colectividade. O rancho folclórico é o que mobiliza mais pessoas, com cerca de 50 elementos entre os quatro e os 80 anos. Divide-se em três grupos: infantil, adulto e as velhas guardas, a que deram o nome de “Glórias Vivas”.

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