Nova sede do rancho folclórico da Casa do Povo do Cartaxo não tem condições
Colectividade mudou-se para um espaço no centro da cidade, disponibilizado pelo casal Helena e Rui Maximiano, a quem o rancho agradece todo o apoio.
No entanto, o espaço não tem condições para todas as modalidades que a colectividade dispõe. O presidente da direcção e ensaiador, Francisco Catalão, espera reunir com o presidente da Câmara do Cartaxo em Setembro para chegarem a uma solução.
A direcção do rancho folclórico da Casa do Povo do Cartaxo está descontente porque o novo espaço que lhe foi cedido para nova sede não tem condições para ensaiarem. O rancho fez apenas um ensaio e o chão levantou e o grupo de teatro, a principal fonte de receita da colectividade, está parado porque não há espaço para ensaiar. “Estamos muito agradecidos ao casal que nos disponibilizou o seu espaço para ensaiarmos e termos as nossas coisas. Se não fossem eles não sei o que teria sido desta colectividade. O problema é que não temos espaço para colocar tudo nem sequer para ensaiar. A sala não dá para os cerca de 50 elementos do rancho ensaiarem e o chão não é o melhor”, explicou a O MIRANTE o presidente da direcção e ensaiador, Francisco Catalão.
O ensaiador refere que os elementos do rancho estão desmotivados porque não há ensaios e vão saindo aos poucos. No domingo, 27 de Agosto, tiveram um espectáculo no norte do país e participaram sem terem ensaiado. Além disso, tiveram de pagar do próprio bolso cerca de mil euros pelo autocarro. A direcção do rancho pretende reunir com a Câmara do Cartaxo no final de Setembro porque pretende encontrar uma alternativa e ter uma sede onde possam ter todas as actividades que tinham e poder ensaiar, tanto o rancho, como o teatro, a zumba e a música tradicional portuguesa. “Estamos tristes porque sentimos que não tivemos o apoio suficiente por parte do município. Somos uma das colectividades mais antigas do concelho e o rancho mais antigo do concelho”, vinca Francisco Catalão. O rancho quer voltar a realizar noites de fado e outras iniciativas que organizavam na sua sede onde angariavam dinheiro para as despesas anuais. Francisco Catalão sugere o pavilhão de exposições ou o pavilhão da Inatel como espaços que poderiam servir de sede à colectividade.
Recorde-se, tal como O MIRANTE noticiou, que o Rancho Folclórico da Casa do Povo do Cartaxo foi obrigado a abandonar aquela que foi a sua sede durante mais de quatro décadas depois de não ter chegado a acordo com a Segurança Social, proprietária do espaço, que pediu mais de mil euros de renda por mês, valor que a associação não tinha como suportar. O presidente da Câmara do Cartaxo, João Heitor (PSD), informou em sessão camarária, em Maio deste ano, que o município não tinha possibilidades financeiras de ajudar. Conhecida como Rancho da Casa do Povo do Cartaxo a associação estava ali instalada desde 1981. No final dos anos 80 do século passado a Casa do Povo do Cartaxo foi extinta. Entretanto o edifício passou a pertencer à Segurança Social mas o rancho continuou a ter a sua sede no primeiro piso do edifício, conhecido como ‘o edifício da Casa do Povo’.
Em 1996 foi assinado um protocolo entre a Câmara do Cartaxo e a Segurança Social em que ficou definido que apesar de o edifício pertencer à Segurança Social o primeiro piso continuaria cedido à associação. Só que agora o Estado está a reaver todo o património da Segurança Social e por isso a associação teve que sair do edifício.
Uma colectividade que não é só folclore
A Associação Cultural Reacreativa Rancho Folclórico do Cartaxo foi fundada em Novembro de 1947. Actualmente, além do rancho, tem um grupo de música popular portuguesa, grupo de teatro e zumba. É uma forma de ter mais dinâmica e mais receitas. O balão de oxigénio que têm ao longo do ano é durante a Feira do Vinho e a Feira dos Santos onde exploram uma tasquinha e fazem dinheiro que lhes permite gerir a colectividade. O rancho folclórico é o que mobiliza mais pessoas, com cerca de 50 elementos entre os quatro e os 80 anos. Divide-se em três grupos: infantil, adulto e as velhas guardas, a que deram o nome de “Glórias Vivas”.