Cultura | 30-09-2023 18:00

Artesão de Almeirim venceu o cancro e cumpre promessa de ajudar instituições

Artesão de Almeirim venceu o cancro e cumpre promessa de ajudar instituições
Francisco Veríssimo é autor da exposição “Amor com arte”, patente na Galeria Municipal de Almeirim

Francisco Veríssimo é reformado e passa os seus dias a criar peças para ajudar instituições. “Amor com arte” está patente na Galeria Municipal de Almeirim e o dinheiro das vendas será entregue aos Bombeiros Voluntários de Almeirim.

Francisco Veríssimo, 65 anos, é artesão desde 2000. Em 2009 esteve entre a vida e a morte com um cancro nos intestinos e na altura fez a promessa de passar a ajudar instituições se conseguisse vencer a doença. Com as suas exposições solidárias, o artesão de Almeirim já fez três donativos de 500 euros. A sua mais recente exposição, “Amor com arte”, reverte a favor dos Bombeiros Voluntários de Almeirim, onde o filho, actualmente com 45 anos, é bombeiro desde os 16 anos. A exposição está patente na galeria municipal até 27 de Outubro.
Francisco Veríssimo era conhecido na escola pelos trabalhos manuais e uma das peças que se lembra de ter feito foi um cágado em madeira. Até aos 14 anos não teve brinquedos senão os que fazia e hoje coloca as memórias de infância em cada peça que faz, além do que observa em Almeirim e das referências que vai buscar à internet. Na exposição estão disponíveis para venda chaveiros em forma de portadas de janelas, miniaturas de carros antigos, motas, locomotivas a vapor, coches, cozinhas típicas, onde estão representadas a sopa da pedra e as caralhotas. Das 63 peças expostas já vendeu 14.
A peça mais cara é uma miniatura de uma caravela portuguesa, que levou três meses a fazer e está à venda por mil euros. As motas têm um custo de 50 euros, os carros de 100, mas há peças mais baratas. Os materiais utilizados são essencialmente a madeira e a esferovite sendo um dos exemplos a colecção de coches em esferovite. As peças têm materiais recicláveis como palhinhas, no caso do escape das motas, por exemplo, embalagens de iogurte, de manteiga, que passam despercebidas com a pintura.
Francisco Veríssimo está reformado há dois anos e meio e passa cinco a oito horas diárias na oficina de artesanato que construiu no primeiro andar da sua casa com o dinheiro que foi juntando enquanto trabalhava. O artesão gostava de ver em Almeirim um museu para os artesãos e sugere que um bom espaço seria o da Casa do Povo. Sempre viveu em Almeirim e trabalhou 45 anos nos agentes da SuperBock tendo subido de ajudante a chefe de vendas.

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