Cultura | 24-10-2023 07:00

Dançar na Filármónica Cartaxense é um passatempo praticado muito a sério

Dançar na Filármónica Cartaxense é um passatempo praticado muito a sério
Sociedade Filarmónica Cartaxense tem uma secção de dança com campeãs e vice-campeãs nacionais nos seus escalões

A Sociedade Filarmónica Cartaxense tem uma secção de dança com resultados dignos de registo, como é o caso de Maria João Felício e Isilda Santos, campeã e vice-campeã nacionais de dança desportiva na categoria Solo Seniores.

Seis alunas com idades entre os 60 e os 79 anos juntam-se às segundas e quintas-feiras para uma aula de danças de salão na Sociedade Filarmónica Cartaxense, leccionada pelo professor João Santos. Maria João Felício começou a dançar por indicação médica, depois de diagnosticada com uma hérnia na coluna. Aos 60 anos é a actual campeã nacional de dança desportiva na categoria Solo Seniores e as dores que sentia desapareceram, garante a O MIRANTE. Formada em engenharia química, foi professora na escola pública e dá explicações particulares de Matemática e Física e Química. “A dança é o meu recreio, tenho um horário apertado e farto-me de correr para vir dançar”, afirma. Em casa não tem por hábito dançar, só quando está a limpar a cozinha ou a lavar loiça. É divorciada, tem uma filha de 28 anos e um filho de 25 que diz serem os seus maiores fãs e quando encontra um buraco no horário das explicações vai ensaiar com as outras turmas.
Desafiada pelo professor, Maria João tinha tudo a postos para começar a competir em 2020, mas a Covid-19 adiou-lhe os planos. Não tem preferência dentro das danças latinas ou standard e a mais desafiante para si é o jive pela rapidez e por ser a última da competição. “Quando vim para a dança jamais me passava pela cabeça ir para a competição, mas como gosto de desafios, aceitei”, revela a actual campeã nacional, justificando que compete contra si mesma e que o objectivo é ver até onde consegue chegar.
Isilda Santos, de 71 anos, é vice-campeã, estando em competição desde 2019. “Antes de entrar na pista estou sempre um bocadinho nervosa, mas quando entro e vejo toda a gente a bater palmas e a sorrir ganho forças”, refere. É mãe do professor João Santos e acredita que ele lhe passou “o bichinho”. Isilda Santos andou sempre lado-a-lado com o filho, primeiro na escola que abriu em Pontével, e actualmente na Sociedade Filarmónica Cartaxense, onde se iniciou como dançarino aos 12 anos. Isilda Santos trabalhou sempre por conta própria num café em Pontével e com a reforma passou a ocupar-se com as disciplinas promovidas pela junta de freguesia, como chi kung, ginástica e artes e ofícios, sendo também colaboradora da loja social.
João Santos lamenta a falta de pessoas que integrem um projecto de dança como o que dirige. “Antigamente não havia tanta oferta de actividades e informação. Os miúdos acabam por estar em casa nas tecnologias porque também sai mais barato aos pais”, argumenta, acrescentando que a mensalidade é de 30 euros por duas aulas semanais. Segundo o professor, uma das práticas da escola é a repetição dos movimentos, o que requer alguma paciência. A competição é opcional e existem horários compatíveis com todas as idades. “Venham para as danças de salão com o espírito de não querer dançar apenas a música que ouvem. Queiram aprender, desfrutem da aprendizagem e tenham compromisso”, apela.

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