Escultores criam arte ao vivo em simpósio no Entroncamento
Um grupo de escultores está a criar arte ao vivo no Museu Nacional Ferroviário. Esculturas vão ser inauguradas a 24 de Novembro, dia do 78º aniversário da elevação do Entroncamento a concelho.
O Museu Nacional Ferroviário recebeu os escultores Ana Mena, Hugo Maciel e Sebastian Kloppel para a criação ao vivo das esculturas que fazem parte do segundo Simpósio de Esculturas do Entroncamento. Entre 15 e 31 de Outubro, os escultores estiveram nas instalações a construir as esculturas que vão ser inauguradas a 24 de Novembro, data do 78º aniversário da elevação do Entroncamento a concelho. Nenhum dos escultores é do concelho. Todos são da zona da grande Lisboa à excepção de Sebastian Kloppel. João Duarte é o coordenador dos trabalhos e o co-fundador do projecto, em parceria com o município.
Hugo Maciel, de 34 anos, faz sobretudo trabalhos com ferro. Trabalha na Casa da Moeda, em Lisboa, e tem um atelier próprio. A O MIRANTE explica que a escultura foi um desafio a si mesmo, optando por fazer algo relacionado com os famosos “fenómenos” do Entroncamento. “Visto que ultimamente não tem havido relatos de novos acontecimentos, e como os tempos modernos são outros, achei que seria interessante simular uma nave espacial caída, porque nunca aconteceu. Mas faço uma pequena referência aos fenómenos tradicionais, com a presença de um melro branco que foi dos primeiros fenómenos do Entroncamento”, explicou. Hugo Maciel aprendeu a trabalhar com ferro, madeira e pedra na Faculdade de Belas Artes, mas explica que foi nos vários simpósios que fez, em países como França, Argentina e Canadá que adquiriu grande parte da experiência e conhecimentos.
A edição deste ano do simpósio teve um artista internacional. Sebastian Kloppel, escultor alemão de 22 anos, esteve a colaborar através de um protocolo camarário. É carpinteiro e termina este ano a licenciatura em carpintaria urbana, estando a estudar para o exame final, após o horário de trabalho no museu. A escultura do jovem alemão é totalmente feita em madeira. A peça consiste em duas carruagens, sendo a primeira com elementos alusivos ao Entroncamento e a segunda, com uma torre de castelo, símbolo da sua cidade, na Alemanha.
João Duarte considera este intercâmbio fundamental por ser um evento onde existe partilha de conhecimentos e ideias entre escultores. O simpósio está previsto acontecer de dois em dois anos e pretende-se que o próximo seja realizado na Alemanha. Jorge Faria, presidente da autarquia, fez um balanço positivo da iniciativa. “É sempre um desafio encontrar espaços para as esculturas, mas acabamos sempre por colocar em locais que enriquecem a nossa cidade. Este tipo de actividades é importante, também pela colaboração que promove entre as escolas”, referiu.