Feira Multissectorial de Amiais de Baixo juntou mais de uma centena de voluntários
A edição deste ano da Feira Multissectorial de Amiais de Baixo, no concelho de Santarém, integrou o sexto Festival de Sopas. A feira é organizada pela Comissão de Festas que tem actualmente mais de uma centena de voluntários.
A cozinha como parte da vida é um dos lemas da organização da Feira Multissectorial de Amiais de Baixo, no concelho de Santarém, que este ano integrou o sexto Festival de Sopas. Organizada pela Comissão de Festas de Amiais de Baixo, a edição de 2023 durou entre 1 e 4 de Novembro e contou com a ajuda de mais de uma centena de voluntários. David Lucas, 39 anos, é o juiz da comissão, Tiago Gabriel, 40 anos, o tesoureiro e João Parreira, 35 anos, é o escrivão. A O MIRANTE explicam que, de 2022 para 2023 houve um aumento no número de voluntários, acrescentando que o objectivo da feira multissectorial é dar a conhecer as empresas da vila e da área envolvente, assim como angariar verbas para a festa anual que se realiza em Fevereiro.
Ana Isabel, cozinheira de 54 anos, nascida e criada em Amiais de Baixo, é uma das participantes da feira e faz vida profissional numa empresa de catering para festas e baptizados há cerca de uma década. Após ter ficado desempregada, aproveitou o tempo livre para ter uma formação no Instituto do Emprego e Formação Profissional, em Santarém, algo que a fez ganhar o gosto pela cozinha. Na formação aprendeu, entre outras coisas, técnicas de cozinha e a apanhar o ponto certo das cozeduras dos alimentos. Os conhecimentos na área da matemática foi outra das mais-valias que a experiência lhe proporcionou. Ana Isabel considera-se uma perfeccionista nos seus cozinhados. “O que privilegio mais na comida que faço é o sabor, não tanto se é um prato bonito ou não”, indica. Numa das várias panelas que vai mexendo e remexendo, enquanto conversa com O MIRANTE, encontra-se a carne de capado (carne de cabra) que costuma ser servida com café da avó nos pequenos-almoços dos casamentos em Amiais de Baixo. Ana Isabel recorda os tempos em que cozinhava com a sua avó quando era mais nova. A cozinheira relembra os guisados feitos no lume e o sabor dos cozinhados que considerava, e ainda considera, “divinais”. “A minha avó cozinhava devagarinho, nunca estava apressada a cozinhar”, recorda, com um sorriso no rosto. Ana Isabel valoriza as raízes e defende que devem ser transmitidas às gerações mais novas.
Noutra secção da feira, Nuno Carvalho, 49 anos, encarregado de obras públicas, explica que há cerca de oito anos começou a ter como passatempo a confecção de coscorões aos fins-de-semana. Aquilo que começou com uma brincadeira levou à criação de uma receita própria que faz sucesso. Na quadra natalícia tem por hábito cozinhar grandes quantidades de coscorões. Apesar do trabalho forçado durante a semana, o gosto e o orgulho que sentem pelo produto que confecciona são mais do que suficientes para encontrar as energias necessárias para cozinhar até altas horas e fazer as delícias dos que comem a doçaria.