Cultura | 11-12-2023 07:00

Em Vila Franca de Xira o tango não se dança só de rosa na boca e saia curta

Em Vila Franca de Xira o tango não se dança só de rosa na boca e saia curta
Franclim Conde e Vanessa Costa, de Vila Franca de Xira, são campeões nacionais de dança

A 11 de Dezembro celebra-se o Dia Internacional do Tango, em homenagem a Carlos Gardel e Júlio de Caro, dois dos criadores de uma dança sensual e burlesca que está classificada como património imaterial da humanidade pela UNESCO. Para a dançar são precisos dois e na região não faltam pares. Em Vila Franca de Xira o tango dança-se na sua forma clássica e já valeu vários títulos a Franclim Conde e Vanessa Costa.

A compasso dois por quatro os sons de canções de acordeão, contrabaixo, piano e violino de autores como Ástor Piazzolla, Carlos Gardel ou Hugo del Carril emanam das colunas de som à medida que Franclim Conde e Vanessa Costa ensaiam alguns passos de tango no salão dos bombeiros de Vila Franca de Xira.

O tango tem uma coreografia complexa e, para muitos, é conhecido por ser uma das danças mais sensuais e intensas do mundo, de dançarinas de saia curta rendilhada e dançarinos de colarinho aberto e rosa na boca. Há, no entanto, uma outra forma de dançar tango que ainda é desconhecida de boa parte da comunidade, que é ensaiada na Xiradance de Vila Franca de Xira. Chama-se tango clássico e está inserido num grupo de outras quatro danças clássicas: valsa inglesa, valsa vienense, slowfox e quickstep.

A propósito do Dia Internacional do Tango O MIRANTE foi conhecer um par, campeão nacional, para quem o tango é uma das suas danças de eleição.

“O nosso tango é o de competição, tem alguns pormenores e muitos passos do tango argentino mas teve de ser adaptado para poder ser usado numa pista de competição. Uma diferença óbvia é não termos os ganchos (um entrelaçar das pernas entre os dois dançarinos). Tiveram de o tornar um pouco mais clássico e elegante. Menos sexy e burlesco e mais elegante”, contam Franclim Conde e Vanessa Costa a O MIRANTE. Ainda assim, avisam, quando se dança tango têm de passar para o júri “a atitude, o espírito e a intensidade” do tango original. Os olhares fixos, o rasgo de conquista da parceira, a afirmação corporal, a paixão, o desejo mas também a tristeza e a mágoa. “Ainda se conhece pouco esta vertente do tango desportivo. Tem mais acções rápidas que o tango argentino mas é igualmente exigente, porque tem muitas paragens e arranques, é intenso”, contam a O MIRANTE. Para os dançarinos, de todas as danças clássicas, o tango é a sua favorita. E se tiverem de fazer uma exibição, fora da competição, admitem que se vestem a rigor. “Com chapéu, cadeira, rosa, tudo”, brinca Franclim Conde.


* Notícia desenvolvida na edição semanal de O MIRANTE

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