Cultura | 09-01-2024 21:00

Armando Corte Real é um homem de causas e do associativismo do Sobralinho

Armando Corte Real é um homem de causas e do associativismo do Sobralinho
Armando Corte Real vive há 40 anos no Sobralinho e tem trabalhado activamente no desenvolvimento da freguesia

Armando Corte Real vive há 40 anos no Sobralinho e acompanha o que se passa na região através de O MIRANTE. Já promoveu abaixo-assinados pela defesa da freguesia, esteve na direcção de associações e diz ser um homem preocupado com os outros e que não baixa os braços perante as adversidades.

Preocupado com a comunidade e com o lugar onde vive, Armando Corte Real, 71 anos, continua a exercer a cidadania e a lutar pelos interesses da freguesia do Sobralinho e do concelho de Vila Franca de Xira. No mandato da antiga presidente de câmara, Maria da Luz Rosinha, Armando Corte Real encabeçou um abaixo assinado para incluir propostas para o desenvolvimento do Sobralinho no Plano Director Municipal. Reuniu engenheiros, arquitectos e mais de 900 assinaturas que foram aceites pela autarca que levou em conta a pretensão dos peticionários. “Sou um mobilizador e gosto de trabalhar em equipa. As pessoas têm de ter liberdade para falar. Os políticos deviam ter humildade para dizer que não sabem tudo e aceitar sugestões”, defende em conversa com O MIRANTE.
Armando Corte Real esteve também na direcção do Centro Social para o Desenvolvimento do Sobralinho e envolveu-se em causas de solidariedade a nível nacional. A esposa nunca aceitou muito bem a sua veia interventiva por causa das críticas alheias. “Mas eu parto sempre do princípio que tudo o que faço é por bem e tenho a minha consciência plenamente tranquila”, vinca.
Apesar de estar reformado não pára e tem ideias bem definidas para o Sobralinho. Considera que a vila carece de mais lugares de estacionamento, uma zona de convívio para a população, falta dinamizar actividades no Palácio e construir uma rotunda no chamado cruzamento da Betecna, na estrada que conduz às freguesias de Alverca, Calhandriz e Arruda dos Vinhos. “O Sobralinho é uma vila esquecida no tempo. Cortaram-nos o acesso ao rio e não temos ciclovia. Gostava que as pessoas do Sobralinho se unissem em sua defesa e exercessem os seus direitos nas reuniões de câmara e assembleias de freguesia”.

Um homem de causas
Armando Corte Real nasceu em Moçambique e veio para Portugal com os pais após o 25 de Abril de 1974. Na terra dos familiares, em Gouveia, deu aulas de geometria descritiva e educação visual durante cinco anos. Mais tarde ingressou no Banco Nacional Ultramarino e depois na Caixa Geral de Depósitos. Trabalhou em várias dependências bancárias do país, incluindo em Vila Franca de Xira e Alverca. Os sogros já moravam no Sobralinho e foi para lá que se mudou há 40 anos com a mulher e o filho.
Na altura a vila já sofria com a poluição atmosférica proveniente da fábrica da Cimpor. Quando pegava no carro para ir trabalhar estava tudo coberto de cimento. Até que um dia resolveu relatar o problema directamente ao presidente da empresa naquela época. “Atendeu-me e disse para passar na empresa para lavar o carro cada vez que ficasse com cimento. Nunca pensou que eu o fizesse mas levei lá o carro para lavar”. Após este episódio participou numa reunião para debater a qualidade do ar, em que marcaram presença as pessoas mais conhecidas de Alhandra e o presidente da Câmara de Vila Franca de Xira da altura, Daniel Branco. Corria o ano de 1987. “Fui o último a intervir na reunião. Depois o presidente da junta convidou-me para mobilizar pessoas para a causa e nasceu a Ar Puro, uma associação de defesa de Alhandra que na altura foi muito importante porque obrigou a Cimpor a meter filtros que melhoraram a qualidade do ar”, salienta.

A importância dos jornais regionais

A viver desde 1983 no Sobralinho, Armando Corte Real é leitor assíduo do O MIRANTE há mais de uma década. A abrangência do jornal dá-lhe a conhecer o que se faz noutros concelhos e que exemplos podem ser replicados no município de Vila Franca de Xira. “Dou muita importância aos jornais regionais. Fui educado a preocupar-me com o que está à minha volta e a sentir o que me envolve por isso para mim O MIRANTE é mais importante que um jornal nacional”. O querer estar sempre em cima do acontecimento levou-o a assinar o jornal na versão digital durante cinco anos. Prefere a edição em papel mas admite ser mais confortável e prático ter acesso às notícias através de um clique. “É mais cómodo. Consigo também acompanhar assuntos de edições anteriores e seguir o seu desenvolvimento”, explica.

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