Um grupo de teatro que acrescentou valor ao trabalho da Sociedade Filarmónica Ferreirense
A Sociedade Filarmónica Ferreirense acolheu o Grupo de Teatro de Ferreira do Zêzere e o balanço tem sido muito positivo. Todas as semanas há ensaios e o grupo estreou recentemente uma gala que valorizou a cultura e a arte da representação.
O Grupo de Teatro de Ferreira do Zêzere estreou uma gala de teatro onde foram apresentados vários espectáculos que juntaram representação, música e dança. Manuel Diogo, de 20 anos, foi o realizador da peça representada pelo grupo e que também teve como protagonista Alexia Mengas, de 19 anos. Antigos colegas na Escola de Teatro de Cascais, Alexia Mengas está no último ano na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo. Manuel Diogo é o coordenador do Grupo de Teatro de Ferreira do Zêzere, tendo já escrito e realizado várias peças. Os dois jovens acreditam que a arte da representação não está a chegar às pessoas, principalmente aos jovens que têm colocado de parte a cultura. Referem que é muito difícil entrar profissionalmente na área e que só é possível através de muita persistência, contactos, trabalhos realizados e muito esforço.
Sobre o grupo, Manuel Diogo diz estar a adorar o desafio. “É uma experiência muito desafiante e enriquecedora. Temos actores dos 8 aos 80 anos e juntamos todas estas experiências de vida e diferentes personalidades. A missão é conseguir extrair o melhor de cada um, para que tudo funcione em simbiose, mas acima de tudo que aqui seja um local onde podem representar e esquecer todos os problemas da sua vida e divertirem-se”, afirma em conversa com O MIRANTE. O grupo de teatro pertence à Sociedade Filarmónica Ferreirense, conta com 20 elementos e tem ensaios todas as semanas. “São pessoas extraordinárias, muito focadas e empenhadas, sem formação de teatro mas que se entregam de corpo e alma ao que estão a fazer. É muito enriquecedor ver o seu trabalho”, acrescenta.
A sociedade filarmónica acolheu o grupo de teatro há cerca de um ano. A associação tem vivido um momento estável apesar da escassez de recursos humanos. Maria Dulce Figueiredo, presidente da associação há mais de 20 anos, conta que além do grupo, a associação tem banda, com cerca de 40 músicos e uma escola de música com 20 alunos. A associação conta, actualmente, com cerca de 150 sócios. Maria Dulce Figueiredo diz sentir orgulho da união que se vive na associação e da forma como todos trabalham. As maiores dificuldades que a presidente aponta é a falta de recursos humanos. “Hoje em dia há muito poucas pessoas a querer assumir lugares de responsabilidade no associativismo. Ninguém quer abdicar do seu tempo pessoal, de lazer ou em família em prol dos objectivos associativistas”, lamenta. “Temos uma banda que tem 182 anos e nunca parou. Temos desenvolvido um trabalho do qual me orgulho muito e queremos continuar a fazer as pessoas interessarem-se pela cultura e pelas artes”, remata.