Santa Casa da Misericórdia de Pernes apoia 300 famílias com pouca ajuda do Estado
Novos órgãos sociais da Santa Casa da Misericórdia de Pernes tomaram posse para o mandato 2024/2027. O provedor reeleito, Manuel Maia Frazão, diz que, provavelmente, este será o seu último mandato no cargo. A conclusão do novo lar de idosos é um dos projectos prioritários.
A Santa Casa da Misericórdia de Pernes assinou, em Dezembro de 2023, o auto de consignação que permite avançar com a segunda fase da construção do novo lar de idosos. A primeira fase está concluída e entre final de Janeiro e início de Fevereiro os utentes vão ser transferidos para o novo espaço. Esta era uma obra há muito sonhada. A informação foi dada pelo provedor da instituição, Manuel Maia Frazão, durante a tomada de posse dos novos órgãos sociais, que decorreu na tarde de domingo, 7 de Janeiro, na Igreja da Misericórdia, em Pernes, concelho de Santarém.
“Espero que a passagem para o novo lar de idosos e o início da realização da segunda fase desta obra, que todos ansiámos, seja proveitosa para os utentes, onde espero que se sintam muito bem aproveitando as excelentes condições que o edifício vai permitir”, referiu Manuel Maia Frazão, acrescentando que este será, provavelmente, o seu último mandado como provedor. Outro dos projectos para o mandato de 2024/2027 é dar continuidade às diligências de legalização do loteamento habitacional em Pernes. O objectivo é poder vender os respectivos lotes para captar e fixar pessoas. “Esta é uma das nossas prioridades uma vez que sentimos ser fundamental criar habitação para as pessoas se fixarem na freguesia”, sublinha o provedor, referindo que a instituição apoia cerca de 300 famílias e emprega mais de 90 trabalhadores.
A conservação, manutenção e reabilitação das infraestruturas e do património, tendo sempre em atenção a garantia da sustentabilidade financeira da instituição, é outro grande desafio, considera Manuel Maia Frazão, que dá como exemplo a realização das obras de reconstrução do prédio localizado na Rua Ferreira Borges e na Rua Saraiva de Carvalho, em Lisboa.
Instituições de solidariedade desempenham papel fundamental
O provedor reeleito considera que se vive um tempo em que alguns acreditavam que o Estado tudo podia fazer. “Hoje percebemos que as antigas instituições de solidariedade, das quais a Misericórdia de Pernes faz parte, tem um papel muito importante a representar, pois é vital para o dia-a-dia de muitas pessoas e não podemos vacilar. Há que encontrar estratégias de sustentabilidade para que possamos continuar a responder mais e melhor a todos quantos de nós dependem e que não encontram outra resposta que não seja na Misericórdia”, destaca.
Maia Frazão reforçou que a Santa Casa de Pernes, que celebra 437 anos de existência, apoia muitas pessoas sem obter da parte do Estado o devido apoio, o que gera um acréscimo financeiro na despesa extraordinária e obriga a encontrar soluções estoicamente. “Este é o desafio maior para os próximos quatro anos, para que a porta da Santa Casa, a última em que vamos bater, se possa continuar a abrir”, disse.
Presentes na cerimónia estiveram o bispo de Santarém, D. Manuel Traquina, o presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves e o director distrital da Segurança Social, Renato Bento, entre outras individualidades. Todos elogiaram o trabalho da Misericórdia de Pernes e mostraram disponibilidade para continuar a trabalhar em conjunto em prol dos mais desfavorecidos. No final da sessão a Misericórdia de Pernes, à semelhança de anos anteriores, ofereceu uma bandeira portuguesa, com 14 metros quadrados, em tapeçaria. Desta vez o homenageado foi Manuel Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas.