Cultura | 24-01-2024 21:00

Sardoal tem um espaço que promove o artesanato e gastronomia “Cá da Terra”

Sardoal tem um espaço que promove o artesanato e gastronomia “Cá da Terra”
Espaço “Cá da Terra” é uma referência na promoção dos produtos e identidade do Sardoal

Apoiar os artesãos e produtores locais é o principal objectivo do projecto “Cá da Terra”. Foi criado em Dezembro de 2013 numa parceria entre o município do Sardoal e a TAGUS Ribatejo Interior.

Vinhos, azeite, queijos, mel e variados tipos de artesanato são alguns dos produtos que se podem encontrar à venda no espaço “Cá da Terra”, no Sardoal, um projecto inovador que tem feito a diferença no concelho. Patrícia Rei, vereadora do município e Conceição Pereira, coordenadora técnica da TAGUS, explicam que o projecto pretende, sobretudo, apoiar e promover o trabalho dos artesãos e produtores locais.
Patrícia Rei conta que o projecto fez parte do primeiro programa de candidatura do actual executivo, em 2013. Dois meses depois da tomada de posse, tornou-se no espaço físico que existe hoje, junto ao Centro Cultural Gil Vicente. Explica que a colaboração com a TAGUS durante todo o processo foi fundamental, pela experiência da associação, que era responsável por um espaço idêntico em Abrantes. Além disso a associação ficou responsável pelo processo burocrático de facturação, aquisição e venda de produtos, além do apoio na dinamização e gestão do espaço.
Foi Patrícia Rei que, em 2010, registou o nome “Cá da Terra”. “Não vivia no Sardoal nem sabia se algum dia viria a viver. “Em 2010 registei a marca no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), porque sentia que faltava uma loja que vendesse produtos locais no concelho. Quando em 2013 nos candidatámos à câmara municipal, cedi os direitos à autarquia e avançámos com o projecto” conta a vereadora, afirmando que é um nome que vai ao encontro do que se pode encontrar no espaço.
O gosto pelo artesanato é comum a Patrícia Rei e Conceição Pereira. “Desde criança que gosto muito de artesanato. A minha mãe foi uma das fundadoras da Cooperativa Artelinho e mais tarde pertenci à direcção. Sempre estive ligada ao associativismo e ao artesanato porque faz parte da nossa identidade” afirma a coordenadora da TAGUS. Patrícia Rei explica que o gosto pelas viagens lhe trouxe o interesse por produtos tradicionais e locais de cada local que visitava e que achou pertinente o concelho ter um espaço onde quem visitasse pudesse conhecer um pouco dos produtos, mas também para os residentes do Sardoal puderem dar a conhecer a amigos e familiares de fora da região.
Em 2013, o município e a TAGUS convidaram artesãos e juntaram cerca de 30 para mostrar os seus produtos no espaço. Entretanto alargaram a presença a produtores de Abrantes e Constância, sendo hoje mais de 70 produtores e artesãos a expor no espaço. Conceição Pereira e Patrícia Rei afirmam que tem havido um aumento de procura gradual e que neste momento o projecto está cimentado na região e que veio para ficar. Em termos de vendas, Dezembro de 2023, mês do 10º aniversário do espaço, foi o melhor de sempre. “Cada vez mais os turistas e visitantes vão aos locais para conhecer a sua identidade. Quem visita o Sardoal quer ver o espaço porque faz parte da identidade local e hoje há uma maior valorização daquilo que pertence a cada cultura e local” afirma.
A TAGUS dinamizou a plataforma de comércio online há um ano, com o site da Praça Ribatejo Interior, que permite expandir a promoção dos produtos a quem reside fora do concelho e onde o Cá da Terra serve de centro de armazenamento e expedição de encomendas. Conceição Pereira explica que o principal objectivo da associação é aumentar o reconhecimento do artesanato local. “É a nossa identidade de território. É o que nos define e diferencia de todos os outros concelhos”, remata.

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