Pedro Silva e a paixão pelo modelismo ferroviário
Pedro Silva juntou a paixão por comboios que tem desde infância e a profissão de electricista para desenvolver uma maquete onde tenta reproduzir um cenário ferroviário idêntico à realidade. Dá asas ao projecto na aldeia de Vales de Cima, onde reside, e pretende ter mais de 50 metros de linha ferroviária.
Pedro Silva, 48 anos, é fascinado por comboios desde criança por culpa de ter vivido os primeiros anos da sua vida junto à estação de Paialvo-Porto da Lage. Aos dois anos mudou-se com a família para a aldeia de Vales de Cima, no concelho de Torres Novas, que também não fica muito longe da estação. Acompanhou várias vezes o avô, que era ferroviário, em viagens de comboio, mas as memórias mais lúcidas que tem são as de ver os comboios antigos de mercadorias e os trabalhadores a fazer manobras com os vagões, conta a O MIRANTE.
Ao longo dos anos Pedro Silva foi visitando estações por todo o país, e até em França, para ver e fotografar comboios diferentes, que é também um dos seus passatempos. A paixão pelos comboios levou-o a criar uma maquete de modelismo ferroviário à escala H0 depois de ver uma publicidade a chocolates suíços e de visitar o Museu da Electricidade, em Lisboa, onde reparou num comboio em miniatura a andar num cenário que reproduzia a realidade. Em 2004 começou a construir a maquete num cenário rodeado de natureza com estações de comboios fictícias, linhas ferroviárias, catenária (ferrovia), semáforos, postes de electricidade, casas, comboios de passageiros, de carga, intercidades e TGV. Os comboios circulam pelas linhas devido a placas electrónicas que desenvolveu. A sua profissão de electricista deu-lhe uma grande ajuda, assim como os conhecimentos e técnicas que adquiriu na internet e fóruns online dedicados ao modelismo ferroviário.
Já construiu mais de 20 metros de linha ferroviária, sendo que cada estação demora cerca de dois anos a construir, explica. Pedro Silva tem como objectivo fechar o circuito e construir mais de 50 metros de linha, com a ideia de fazer uma estação terminal inspirada na estação de Santa Apolónia, em Lisboa, com seis linhas. Quem o visita fica normalmente surpreendido pelo rigor e detalhes do seu trabalho.