Cultura | 31-01-2024 15:00

A perda de um filho mudou a vida de Ana Higuera que se declara embaixadora da aceitação

A perda de um filho mudou a vida de Ana Higuera que se declara embaixadora da aceitação
Ana Higuera tornou-se terapeuta e coach de comportamento humano depois de ter perdido o segundo filho com dois meses de vida

Ana Higuera, terapeuta e coach de comportamento humano e parentalidade, esteve na Escola Dr. Ruy D’Andrade, no Entroncamento, para falar sobre parentalidade consciente. A sua vida mudou quando perdeu o segundo filho com dois meses de idade. A partir daí tem ajudado vários pais a aprender com os seus filhos.

Quando se mudou para Portugal, em 2012, Ana Higuera estava longe de imaginar a volta que a sua vida iria dar. Formada em engenharia industrial e com uma carreira no marketing de consumo, a vida da agora coach e terapeuta ficou de pernas para o ar quando em 2016 perdeu o segundo filho, com dois meses, devido a uma doença não detectada durante a gravidez. Abandonou o mundo corporativo e dedicou-se a aprender sobre o luto, comportamento humano e parentalidade. Formadora certificada pela Academia de Parentalidade, terapeuta de trauma e especialista em luto, faz acompanhamentos individuais para que as pessoas lidem com os desafios e traumas da vida ajudando pais e professores a aprender com as crianças.
Em 2018 nasceu Sara, a terceira filha, e começou a trabalhar na área. Dois anos depois começou a realizar palestras e workshops em parceria com alguns municípios. Define parentalidade consciente como uma forma de ser e de estar que incentiva cada um a olhar para as crianças como alunos que estão a aprender. “As crianças devem ser tratadas com a mesma dignidade e valor que um adulto. Os seus pensamentos e emoções têm tanta importância como os nossos” defendeu Ana Higuera durante uma conferência que decorreu na Escola Dr. Ruy D’Andrade, no Entroncamento.
Ana Higuera declara-se “uma embaixadora da serenidade e da aceitação” e gosta de deixar um pouco do que é em cada lugar que vai. A terapeuta acredita que as necessidades e atitudes dos adultos se reflectem nos comportamentos dos filhos. “Se eu gritar com ele, o meter de castigo, isso pode dizer mais sobre as minhas necessidades do que sobre as dele. Posso ter tido um dia mais cansativo, estar a passar algum desafio na minha vida ou não ter descansado bem” explica. A terapeuta refere que o mais importante é criar e fortalecer um vínculo com os filhos, mesmo quando erram. “Muitas vezes os pais focam-se mais no quarto arranjado ou no melhor carrinho. O fundamental é entender o filho, observar sem julgar. Se ele tem dificuldade em acordar, em vez de lhe chamar preguiçoso tenho que perceber o que se passa, se anda preocupado, se descansa mal, se vai dormir tarde”, afirma.
Ana Higuera defende que é necessário haver um equilíbrio, que passa pela definição de limites pessoais de cada um. “O pai não tem de ser permissivo e a mãe a má da fita. Devem funcionar como equipa. Cada um tem os seus limites e tem de haver comunicação nesse sentido”, conclui.

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