Cultura | 12-03-2024 21:00

Associações são a alma das Tasquinhas de Rio Maior

Associações são a alma das Tasquinhas de Rio Maior
Presidente da Câmara de Rio Maior, Luís Santana Dias, quer bater recorde de visitantes na edição deste ano das Tasquinhas de Rio Maior

Colectividades do concelho de Rio Maior têm na feira das Tasquinhas uma importante fonte de receita, mas a participação é limitada a um determinado número e, por isso, rotativa.

Em cada edição, mais de um milhar de voluntários serve às mesas ou ajuda na cozinha dos restaurantes representativos das várias freguesias. Mas por vezes não é fácil arranjar mão-de-obra.

De touca branca na cabeça e avental, Maria Luísa e Maria João vão preparando a comida que vai ser servida no primeiro dia das Tasquinhas de Rio Maior. O grelhador já tem carvão suficiente para aquecer a pequena cozinha onde, até 10 de Março, vão confeccionar a comida que a Associação Recreativa, Cultural e Desportiva do Pé da Serra e Vale da Laranja vai servir na sua tasquinha. A colectividade já não participava no certame há dez anos e os dirigentes estão muito satisfeitos pelo regresso.
O presidente da direcção, Leonardo Matias, 24 anos, explica a O MIRANTE, minutos antes de receber os primeiros clientes, que tinham vontade voltar. “Tínhamos muitas pessoas da nossa freguesia, e não só, a pedirem e a perguntarem quando regressávamos. Esta foi a altura certa porque precisamos do dinheiro que conseguirmos angariar para terminarmos a construção da sede”, explica o técnico de manutenção que tirou férias para poder dar o seu contributo nas tasquinhas.
O jovem explica que o mais difícil é encontrar pessoal disponível para fazer este trabalho voluntário. “Isto dá muito trabalho e as pessoas já não estão tão disponíveis como antigamente. Já há pouca carolice, vontade de ajudar em prol da colectividade”, lamenta Leonardo Matias. A colectividade já teve equipa de futsal e agora organiza almoços e jantares na sede, ponto de encontro das pessoas da aldeia. O bar/café está aberto todos os dias e é uma das principais fontes de rendimento da associação que tem 39 anos.
José Luís Matias, 72 anos, é um dos fundadores da colectividade, e recorda que mudou muita coisa nos últimos 15 anos. “Antigamente havia apoio financeiro do município para participarmos no evento, hoje não é assim. Também havia pessoas que ofereciam porcos, por exemplo, para trazermos para cá. Hoje as condições de higiene e segurança alimentar não o permitem”, diz. A seu lado está António Costa, que já foi presidente da associação, e afirma que se perdeu um pouco da tradição. “Trazemos o melhor que temos na nossa terra, mas actualmente não podemos trazer o melhor que queremos porque a ASAE não o permite. Antes de haver ASAE já existia tasquinhas e ninguém morreu por causa disso”, afirma.
Com touca branca na cabeça, Glória Ferreira, esposa do presidente da direcção da Associação Cultural, Recreativa e Desportiva de Vale Marinhas, verifica se está tudo preparado para começarem a servir assim que chegarem os primeiros visitantes. Tirou férias para poder estar disponível para o trabalho nas tasquinhas. Diz que são dez dias difíceis mas que, por amor à terra, tudo se faz. “Há dois anos tivemos um lucro de 14 mil euros, o que é muito bom”, afirma.
A sede da associação está a ser construída e está longe de estar concluída. Orlando Vitorino, vice-presidente da colectividade fundada há 25 anos, conta a O MIRANTE que a sede é o ponto de encontro das pessoas da aldeia. Só abre quando organizam eventos e nessas alturas “ninguém falta”. “Não vínhamos há dois anos e é sempre muito bom quando conseguimos estar presentes porque o dinheiro faz-nos falta para as obras”, justifica o dirigente.

Câmara de Rio Maior quer reforçar apoio aos empresários do concelho
O objectivo da Câmara de Rio Maior com a edição deste ano das tasquinhas é superar os mais de 100 mil visitantes que passaram pelo certame durante os dez dias do evento em 2023. O presidente do município, Filipe Santana Dias, sublinhou, durante a inauguração do certame, a 1 de Março, que esta iniciativa é um sucesso por causa das associações e voluntários que participam. Este é um evento reconhecido, desde 2006, como de Interesse Turístico Nacional.
A Câmara de Rio Maior quer reforçar e valorizar o apoio aos empresários do concelho e vai organizar a primeira Gala do Empresário, prevista para 29 de Maio. “As Tasquinhas são um sucesso todos os anos porque existem profissionais à medida em todas. Temos pedreiros, advogados, electricistas e médicos. Muitos trabalham todo o dia e ao final da tarde mudam de roupa e vêm para cá trabalhar. Isso não tem preço. Todos dão o melhor de si para que este evento seja, todos os anos, muito procurado por visitantes de todo o país”, afirma o autarca. A inauguração do evento foi animada com a actuação da Sal e Tuna, tuna feminina da Escola Superior de Desporto de Rio Maior. O certame pode ser visitado até 10 de Março, no pavilhão multiusos da cidade.

Elementos da Associação Cultural, Recreativa e Desporto de Vale Marinhas participam nas Tasquinhas de Rio Maior para angariar dinheiro para colectividade
Associação Recreativa, Cultural e Desportiva de Pé da Serra e Vale da Laranja já não participava nas Tasquinhas de Rio Maior

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