Cultura | 12-03-2024 18:00

Barragem de Magos é a casa dos pescadores da associação Pica e Puxa

Barragem de Magos é a casa dos pescadores da associação Pica e Puxa
Presidente Paulo Saraiva com um dos mais jovens pescadores da Associação de Pesca Desportiva Pica e Puxa, Miguel Moisés

Na Barragem de Magos pescam-se carpas e pimpões, mas mais importante é o convívio entre os pescadores. A associação de pesca desportiva Pica e Puxa, dos Foros de Salvaterra, tem contribuído para a manutenção e conservação do espaço e tem em Paulo Saraiva, de 52 anos, o seu presidente.

A Pica e Puxa, associação de pesca desportiva dos Foros de Salvaterra, é a principal dinamizadora da Barragem de Magos, um ex-líbris do concelho de Salvaterra de Magos que se estende ao longo de uma albufeira de 90 hectares, onde se pescam carpas e pimpões e se realizam diversas provas de pesca desportiva. O MIRANTE foi ao encontro do presidente da associação, Paulo Saraiva, de 52 anos, num domingo de pesca na barragem.
Paulo Saraiva explica que a associação nasceu em 1997 e esteve nove anos sem actividade, depois da saída dos dois fundadores, João Veríssimo e António Coelho. Os pescadores dispersaram-se por outros clubes, mas ao domingo encontravam-se para almoçar e conviver tendo sido num desses domingos que se questionaram se não seria boa ideia reactivar a associação. Em 2018, constituída uma direcção, a actividade retomou com uma equipa de boia a subir à segunda divisão. A equipa de Feeder arrancou em 2020 e conseguiu um sétimo lugar no primeiro ano de campeonato, o quinto lugar da taça no ano seguinte e no ano passado ficou em quinto do campeonato, saindo para a última prova dupla em primeiro.
A ligação do actual presidente à pesca vem desde cedo, muito antes de entrar na Pica e Puxa no ano da sua fundação. Natural da Várzea Fresca, situada a cinco minutos da barragem, fazia o caminho a pé para ir pescar e chegou a faltar à escola. Em finais de 1999 abandonou a pesca devido ao abalo da morte do irmão e esteve cerca de dois anos sem pegar nas canas. Em 2001 começou a trabalhar numa loja de pesca em Mora e tem a sua própria loja de pesca nos Foros de Salvaterra. Trabalha de segunda a domingo, sendo que ao domingo entra às cinco da manhã para preparar encomendas de engodo e isco para vender aos pescadores. Conta que a sua vida é a pesca e que desde que o clube voltou ao activo a Barragem de Magos voltou a ter movimento, os alojamentos locais passaram a estar cheios na altura das competições e há a garantia de a envolvente da barragem estar sempre limpa, inclusive porque o clube organizou em verões passados recolhas de lixo e depois das provas contacta sempre a junta de freguesia para as recolhas.
O clube está na primeira divisão regional em boia e primeira divisão nacional em feeder. Alguns pescadores regressaram a “casa” e hoje são 17 federados e 83 sócios. Em 2021 a direcção caiu e foi quando Paulo Saraiva se candidatou a presidente pela primeira vez. A Pica e Puxa integra o ranking de clube do ano da Federação Portuguesa de Pesca Desportiva desde 2021, com dois sextos lugares e, mais recentemente, com o quinto lugar, sendo os critérios o número de federados que participa em campeonatos, as classificações e o número de eventos realizados. Ao nível do distrito é o clube mais bem classificado.
A Pica e Puxa está a organizar o Concurso Nacional de Pesca Mês da Enguia, a 10 de Março, na Barragem de Magos. No fim-de-semana de 16 e 17 de Março disputam-se a primeira e a segunda prova do Campeonato Nacional 1ª Divisão de Feeder.

Um hobbie que ensina e fomenta amizades

Miguel Moisés, 26 anos, é de Benavente e pesca desde novo por influência do pai, Victor, vice-presidente da Pica e Puxa e agora seu “rival” na pesca. Há quatro anos começou a levar a modalidade mais a sério e a competir no Grupo Desportivo de Benavente (GDB) porque, por motivos de saúde, ficou impossibilitado de jogar futebol.
É um dos mais novos pescadores e revela que a Pica e Puxa tem forçado melhorias nos acessos à barragem. Garante que mais importante do que o peixe que se apanha é o convívio, os ensinamentos e conhecer outras pessoas. Iniciou-se à boia e está a começar este ano no Feeder, modalidade mais calma e que exige menos movimento evitando dores na coluna. Frequentou um curso profissional de serralharia mecânica e está a trabalhar na empresa de construcção civil do pai para ajudar a família.

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