Cultura | 16-03-2024

Grupo de costura solidária de Salvaterra de Magos faz vestidos para ajudar crianças de todo o mundo

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Grupo de costura solidária de Salvaterra de Magos faz vestidos para ajudar crianças de todo o mundo

“As Marias”, grupo voluntário de costura solidária da Universidade Sénior de Salvaterra de Magos, produziram em oito anos cerca de 11 mil peças de roupa para meninas que vivem abaixo do limiar da pobreza. Distrito de Santarém é onde há mais grupos da “Dress a Girl Portugal”.

A Universidade Sénior de Salvaterra de Magos tem um grupo de costura solidária que, de segunda a quinta-feira, se reúne para produzir vestidos e calções. “As Marias” têm ajudado a vestir, nos últimos dois anos, crianças do Arquipélago dos Bijagós, na Guiné-Bissau, tendo como elo de ligação Joana Nobre, presidente da “Dress a Girl Portugal”, natural de Rio Maior. Em oito anos foram produzidos pelas costureiras cerca de 11 mil vestidos, havendo mais 11 grupos do género no distrito de Santarém. “As Marias” colaboram ainda com o serviço de Senologia do Hospital Distrital de Santarém, costurando almofadas para os doentes oncológicos colocarem debaixo do braço, protecções para o cinto de segurança, turbantes, entre outros artigos.
Maria José Rodrigues, 67 anos, conheceu o projecto através da televisão. “Estava a passar por uma depressão muito grande e pensei que seria uma ajuda e sentir-me-ia útil”, desabafa em conversa com O MIRANTE. Em Setembro do mesmo ano comprou tecidos e passado pouco tempo a costurar chegou à marca dos 25 vestidos. Aos 75 decidiu entregá-los e revela que nunca sentiu tanto amor pela costura, nem mesmo comparado com os 20 anos em que trabalhou numa fábrica de vestuário que empregou 400 mulheres em Salvaterra de Magos. Algumas amigas apareciam para ajudar e depressa atingiu as mil peças.
A coordenadora do grupo conta que ali se trabalha de manhã à noite e há sempre alguém a fazer uma panela de sopa. “Não troco isto por nada”, afirma, com um sorriso. Maria José Rodrigues refere que só produzem vestidos coloridos, zero transparentes e 100% algodão. Maria José Rodrigues assume que não tem “papas na língua” nem vergonha de chatear os órgãos autárquicos que cederam máquinas de costura e têm dado uma ajuda na compra do material.

A parceria com o Hospital de Santarém
O filho mais novo de Maria José Dionísio teve problemas oncológicos e o marido faleceu há sete anos. Aos 77 anos ajuda a encher e a costurar almofadas que auxiliam as doentes oncológicas do Hospital de Santarém. “Estive muito deprimida, tive de pedir ajuda e disseram-me para não me fechar em casa”, revela enquanto costura um vestido. Cada um demora duas a três semanas a estar concluído. Antes de anoitecer vai a pé para casa, mas sempre a pensar nos vestidos. À noite também há tempo para o croché. Maria José Dionísio é natural de Salvaterra de Magos e viveu vários anos em Valada, no Cartaxo. Trabalhou na Idal durante 20 anos e esteve à frente de uma peixaria durante 12. Há cerca de dois anos juntou-se ao grupo de costura solidária e todos os dias vai de “coração cheio” para casa. “O que se faz aqui é mesmo para ser entregue”, vinca.

Distrito de Santarém é onde há mais grupos de costura

O distrito de Santarém é o que tem mais grupos a colaborar com a “Dress a Girl Portugal”, segundo Joana Nobre. Existem grupos em Salvaterra de Magos, Fazendas de Almeirim, Pontével, Constância, Rio Maior, Benavente, Porto Alto, Almeirim, Cartaxo, Vila Moreira, Barquinha e Torres Novas. A nível nacional existem mais de seis dezenas num total de mais de 2.500 voluntárias. Os países que lideram a lista das entregas são Moçambique, Angola e São Tomé e Príncipe.
A Dress a Girl Portugal é uma associação sem fins lucrativos, fundada em 2016. Vestir 30 mil crianças por ano com um vestido ou calção novo é o grande objectivo do projecto que se centra em dois pilares: terapia ocupacional para as voluntárias e levar dignidade e esperança às crianças de países carenciados. A Dress a Girl Portugal vestiu quase 150 mil crianças de 35 países de cinco continentes.

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