Joana Bastos: a dança jazz tem ginga e puxa pela sensualidade
Movimentos enérgicos, saltos, uso das mãos e sensualidade são características da dança jazz.
Com um percurso de altos e baixos, o estilo de dança foi tendo mais ou menos adeptos consoante as modas e até as regiões do país. Com origem nas danças tribais africanas levadas para os Estados Unidos da América, a dança jazz tornou-se um estilo formal em meados do século XX. O MIRANTE esteve à conversa com a professora de dança, Joana Bastos, que dá aulas em Vila Franca de Xira, a propósito do Dia Internacional do Jazz, que se assinala a 30 de Abril.
A dança jazz tem um percurso de altos e baixos. Houve um grande interesse há uns anos e havia pessoas com vontade de aprender a dançar. Depois o hip hop começou a ganhar fama e os jovens começaram a copiar as danças coreografadas que apareciam nos videoclipes. Agora, as danças clássicas estão a retomar e o jazz pode vir a ganhar novo fôlego, explica Joana Bastos, professora de dança de Vila Franca de Xira. “A dança jazz tem saltos, é enérgica e temos de estar sempre a sorrir. Usa muito as mãos, o termo técnico é jazz hands, que advém da sua origem africana. Os sons são ritmados e não deixam que haja momentos mortos. Os movimentos têm ginga e puxam pela sensualidade”.
Joana Bastos tem pena de não ter conseguido abrir uma turma de dança jazz porque não tinha alunas. Este ano, caso apareçam alunos em número suficiente, pode abrir uma classe no Ateneu Artístico Vilafranquense (AAV), onde lecciona dança contemporânea. “Adoro jazz e o mês de Julho é dedicado a esta dança, em que monto uma coreografia com as minhas alunas de dança contemporânea. A dança jazz tem técnica clássica e contemporânea, desconstrói mas com movimentos mais expressivos. Qualquer dança pode ser feita por todos, desde que tenham capacidade. Cada um acompanha ao seu ritmo”. Para as aulas de jazz a professora elege a música dos Gotan Project, que misturam a sensualidade do tango com o jazz.
Respeitar as origens
O jazz não é para todos os gostos mas tem um público fiel. Joana Bastos defende o respeito pelas origens. “É muito giro ir buscar sons comerciais para captar público jovem mas temos que ir às origens. E a origem do jazz é completamente diferente do que a maioria de nós andamos a fazer hoje em dia. Respeito muito as origens e não sou a favor das fusões excessivas de danças que se fazem hoje. Cada macaco no seu galho. A dança jazz não deve perder a essência. Nas aulas quando me pedem para pôr músicas de artistas da moda não vou atrás”, diz.
A professora entrou no mundo da dança aos 17 anos, mas em criança coreografava com as amigas as danças dos videoclipes musicais. Fez a formação numa escola de dança e perdeu a vontade de estudar na Escola Superior de Dança. Aprendeu a dançar os estilos clássicos, contemporâneos, jazz, hip hop, house e fusion. Hoje trabalha em cinco empresas sendo que o projecto principal são as alunas do AAV que a acompanham há dez anos. Ainda dá aulas de ballet na Associação de Promoção Social de Castanheira do Ribatejo, aulas extracurriculares no Colégio Bartolomeu Dias, em Santa Iria da Azóia, e temporariamente está a dar aulas numa escola de dança na Póvoa de Santa Iria. Em breve gostava de abrir uma turma de dança jazz no AAV e aconselha os alunos interessados em manifestar a vontade junto da colectividade.