Constância quer dar visibilidade ao legado de Vasco Lima Couto
A Casa-Museu Vasco de Lima Couto em Constância está encerrada e só pode ser visita mediante marcação prévia. A maior parte do espólio ali existente, entre ele muitas obras de arte, pertence aos herdeiros de José Ramôa, mas há um conjunto de livros, desenhos e objectos pessoais de Vasco de Lima Couto que estão fora desse legado e que o município pretende guardar e expor ao público.
A Câmara de Constância pretende ficar com o espólio do poeta, actor e declamador Vasco de Lima Couto que não faz parte da herança deixada por José Ramôa e que se encontra na Casa-Museu Vasco de Lima Couto, em Constância. Desse espólio constam livros, desenhos e objectos pessoais do poeta falecido em 1980, guardados na casa-museu que José Ramôa - falecido em 2020 - criou em sua memória.
O presidente da Câmara Municipal de Constância diz que quando esse acervo chegar à posse da autarquia vai ser inventariado. “É nossa intenção que fique à guarda e exposto na Casa Memória de Camões”, disse Sérgio Oliveira em resposta a questões colocadas por O MIRANTE. A autarquia aguarda agora pela formalização da doação.
Quanto à herança de José Ramôa, onde se contam muitas obras de arte de autores renomados, o processo da herança envolve muitos herdeiros espalhados pelo mundo, nomeadamente no Brasil. O autarca revela que a informação de que dispõe, transmitida por dois herdeiros que recebeu na Câmara de Constância há sensivelmente um mês, é que ainda não conseguiram tratar dos assuntos legais referentes à herança, não sendo possível transaccionar seja o que for.
A casa do Zé Brasileiro
Em Dezembro de 2020, quando a Assembleia Municipal de Constância aprovou um voto de pesar pela morte de José Ramôa, o deputado municipal da CDU Rui Ferreira questionou a maioria socialista na autarquia sobre a possibilidade de ser disponibilizado o espólio da Casa-Museu Vasco de Lima Couto ao serviço do concelho de forma aberta, no sentido de servir culturalmente e em termos turísticos o concelho. A casa encontra-se fechada ao público e as visitas decorrem apenas através de marcação prévia.
No site do Turismo Centro de Portugal, a Casa-Museu Vasco de Lima Couto é descrita como uma casa apalaçada dos finais do século XVIII, que foi habitação de diversas figuras importantes da vida local e nacional e habitação de Vasco de Lima Couto nos últimos quatro anos da sua vida. Após o seu falecimento, foi transformada em casa-museu por José Ramôa, imortalizado no poema de Vasco de Lima Couto “Zé Brasileiro Português de Braga”, que resultou numa popular canção interpretada por Alexandra no final da década de 1970. Inaugurada em 1981, a casa-museu alberga objectos pessoais do poeta e muitos originais, em especial correspondência trocada com amigos, bem como uma rica colecção de arte constituída por mobiliário e pintura.