Cultura | 10-06-2024 18:00

Associativismo pode ajudar no aumento das creches e jardins de infância

Associativismo pode ajudar no aumento das creches e jardins de infância
TEXTO COMPLETO DA EDIÇÃO SEMANAL
Escuteiros do Agrupamento 317 de Alverca do Ribatejo

Associações de Alverca do Ribatejo e Sobralinho voltaram a sair à rua para evidenciar o seu trabalho em prol da comunidade e procurar atrair sangue novo. O maior problema, dizem, continua a ser conseguir tirar as pessoas de casa para ajudar nas colectividades.

O associativismo na União de Freguesias de Alverca do Ribatejo e Sobralinho está vivo e de boa saúde mas continua a haver pouco diálogo entre as diferentes colectividades para potenciar na comunidade as suas mais-valias. A convicção de que as associações precisam de começar a falar mais entre si e a encontrar pontes de entendimento foi defendida por vários dirigentes associativos ouvidos por O MIRANTE à margem de mais uma edição da CulturAlverca, que na tarde de sábado, 1 de Junho, juntou duas dezenas de associações no jardim José Álvaro Vidal.
Uma das ideias poderia passar, por exemplo, pela constituição de uma federação das associações do concelho de Vila Franca de Xira, que pudesse ser uma voz única na reivindicação e defesa dos interesses das colectividades. Captar mais gente para o associativismo continua a ser também a maior dor de cabeça para quem dá o seu tempo a estas colectividades, garantem alguns dirigentes, que acreditam que se todas juntas interagissem mais entre si os resultados seriam ainda melhores. “Na generalidade o movimento associativo do concelho ainda é rico e forte e mantém as suas tradições. Temos muito orgulho em ter as nossas colectividades centenárias e as expressões associativas para todas as dinâmicas e necessidades da comunidade”, refere Francisco Teixeira, da Associação Memória é Cultura, uma das mais recentes na cidade, criada há apenas dois anos e que visa homenagear as vítimas do acidente ferroviário da Póvoa de Santa Iria. “Quisemos ser uma entidade diferente, de promoção da criação artística dos jovens e queremos ser um catalisador e aglutinador de vontades entre todas as colectividades”, diz o dirigente, que confirma a dificuldade em chamar mais voluntários para a associação. “A vida das pessoas mudou. Temos de aceitar que também o movimento associativo terá de acompanhar essas mudanças. Este tipo de eventos públicos são importantes para isso, sairmos à rua e mostrarmos o que fazemos. É importante puxar os jovens”, defende.
A associação, que precisa de mais apoios financeiros para poder crescer e chegar a mais jovens, vai abrir as candidaturas do seu programa Pantógrafo em Setembro e todos os jovens são convidados a participar.

É preciso maior apoio à infância
Para Rita Graça, chefe adjunta do Agrupamento 317 dos Escuteiros de Alverca, uma das necessidades mais sentidas está na área das creches e jardins de infância, onde o associativismo poderia ajudar. “A maior dificuldade que sentimos é mostrar-nos às pessoas, perceberem quem somos e o que fazemos. Seria importante haver mais iniciativas como esta, para se criarem maiores dinâmicas e interacção entre as associações. Se assim fosse os resultados seriam melhores para todos”, defende. O Agrupamento 317 nasceu em 1968 e não tem parado de crescer, tendo hoje 120 pessoas e uma fila de espera de jovens a quererem entrar no grupo. “A principal lição que se leva de quem vive mais intensamente o movimento escutista é o espírito de entreajuda, a partilha, as vivências e a solidariedade, que são valores que ainda existem e devem ser mantidos”, refere.
Na CulturAlverca também estiveram presentes David Nobre e Paulo Esteves, do Grupo de Modelistas Ferroviários de Alverca, uma associação criada há nove anos depois de uma exposição de modelismo na Escola Secundária Gago Coutinho. “É difícil trazer pessoas para o associativismo. Ou há uma motivação pessoal ou é difícil incutir esse sentimento. As pessoas hoje têm muito por onde se virar em casa”, lamenta David Nobre. Nos modelistas, acrescenta Paulo Esteves, o problema ainda é maior porque se trata de um passatempo à base da destreza manual. “Hoje em dia as pessoas gostam é de carregar num botão e aparecer tudo feito”, critica. A associação está hoje em instalações cedidas pela junta de freguesia no Sobralinho e sonha vir a organizar no próximo ano uma grande exposição de modelismo ferroviário na cidade, para celebrar os dez anos da fundação do clube.

(Da esquerda para a direita): Isabel Cavaleiro (vice-presidente da SFRA), Francisco Teixeira, Cecília Lopes e Margarida Fernandes

Uma festa que já é tradição

Quase duas décadas depois de ter sido organizada pela primeira vez, a CulturAlverca continua pujante e a dinamizar a comunidade em torno das associações. Para muitas é a única altura do ano em que conseguem abrir as suas portas e mostrar-se às gentes da terra. “Todas são convidadas e depois há algumas que aparecem nuns anos e não aparecem noutros e outras que estão cá sempre”, conta Cláudio Lotra, presidente da junta de freguesia, entidade que organiza o certame. Durante um dia, as associações de áreas tão diversas como a cultura, recreio, desporto, lazer, área social e apoio a idosos juntaram-se para mostrar que actividades têm ao dispor da comunidade e de que forma é que esta é convidada a participar. É um evento que o actual executivo quer continuar a dinamizar e a melhorar.

David Nobre e Paulo Esteves

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