Cultura | 10-06-2024 07:00

Torres Novas recuou ao século XIII para organizar uma das feiras medievais mais importantes do país

Torres Novas recuou ao século XIII para organizar uma das feiras medievais mais importantes do país
Cristina Coelho, Miguel Gomes e Marco Pereira do Acampamento de Caça

A cidade de Torres Novas recebeu, de 29 de Maio a 2 de Junho, “A Carta de Feira de 1273”, uma iniciativa que assinalou mais uma edição da Feira de Época. Não faltaram oficinas temáticas, momentos musicais e de muito teatro. O MIRANTE esteve no arranque do evento e conversou com participantes e comerciantes.

Torres Novas recebeu perto de 100 mil visitantes nos cinco dias da edição deste ano da Feira de Época, que decorreu de 29 de Maio a 2 de Junho sob o tema “A Carta de Feira de 1273”. Envolvendo centenas de figurantes, o evento, que nos últimos 13 anos tem vindo a recuperar os mais importantes momentos do passado de Torres Novas, fez recuar o tempo no centro histórico da cidade, que se encheu de festa e das cores e sons da época, envolvendo 40 companhias de animação de todo o país, com performances de teatro, música, dança e recriação histórica.
Carlos Fernandes é um dos comerciantes que participa na feira todos os anos com o espaço “Cutelaria Cangueira”. Vende cutelaria, navalhas, facas, punhais e machados. O negócio é do seu cunhado, mas é Carlos Fernandes que o representa nas feiras e faz a gravação de nomes nas facas, sempre que os clientes querem. Revelou-nos que a peça mais cara que tem é uma falcata em damasco. Tal como Carlos Fernandes, também Cristina Coelho, Marco Pereira e Miguel Gomes, do Acampamento de Caça, consideram que o certame é muito importante para exaltar as tradições passadas e dinamizar a economia de Torres Novas. O seu espaço envolve três grupos diferentes, com destaque para a AGAPE (A Grande Aventura Por Explorar), um grupo que faz animação, recriação histórica, grandes espetáculos e torneios, e a ArtFalco, ligada à falcoaria e ao tiro ao arco, em que Marco Pereira é um “às”. “Há muita gente que ainda tem interesse nesta arte. Estive recentemente numa prova no Castelo de Leiria que contou com cerca de meia centena de atiradores”, explicou a O MIRANTE. Miguel Gomes é o falcoeiro de serviço e mestre do acampamento. Contou-nos que este ano decidiram criar o tema do bem-estar animal porque é um asunto que deve estar sempre na ordem do dia.
José Ribeiro e a sua esposa estiveram a vender cervejas e sangrias dentro de “uma prisão”, como o nome do negócio indica – “O Calabouço”. José Ribeiro explicou que antes de participar como expositor na feira já era visitante e decidiu investir num negócio que fizesse a diferença e chamasse à atenção. “Os nossos copos têm um feitio diferente, são caveiras, elaborados por nós. Tentamos mudar os copos todos os anos”, explicou, acrescentando que as pessoas gostam muito do conceito e que a Feira de Época em Torres Novas é uma das melhores do país.

José Ribeiro, esteve responsável por O Calabouço

Mais de 120 expositores e um investimento de 300 mil euros

Na Feira de Época em Torres Novas estiveram presentes 120 expositores a comercializar os mais diversos produtos, desde a área alimentar ao artesanato. A cidade recuou ao século XIII, quando Afonso III reinava em Portugal há cerca de 30 anos. Para envolver os jovens na recriação histórica, na manhã de sexta-feira, 31 de Maio, mais de mil crianças do pré-escolar e do primeiro ciclo do concelho participaram no cortejo ‘Alvíssaras aos Petizes’. As Feira de Época de 2024 representou um investimento de cerca de 300 mil euros do município.

Carlos Fernandes, participa todos os anos na feira com a Cutelaria Cangueira

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