Torres Novas recuou ao século XIII para organizar uma das feiras medievais mais importantes do país
A cidade de Torres Novas recebeu, de 29 de Maio a 2 de Junho, “A Carta de Feira de 1273”, uma iniciativa que assinalou mais uma edição da Feira de Época. Não faltaram oficinas temáticas, momentos musicais e de muito teatro. O MIRANTE esteve no arranque do evento e conversou com participantes e comerciantes.
Torres Novas recebeu perto de 100 mil visitantes nos cinco dias da edição deste ano da Feira de Época, que decorreu de 29 de Maio a 2 de Junho sob o tema “A Carta de Feira de 1273”. Envolvendo centenas de figurantes, o evento, que nos últimos 13 anos tem vindo a recuperar os mais importantes momentos do passado de Torres Novas, fez recuar o tempo no centro histórico da cidade, que se encheu de festa e das cores e sons da época, envolvendo 40 companhias de animação de todo o país, com performances de teatro, música, dança e recriação histórica.
Carlos Fernandes é um dos comerciantes que participa na feira todos os anos com o espaço “Cutelaria Cangueira”. Vende cutelaria, navalhas, facas, punhais e machados. O negócio é do seu cunhado, mas é Carlos Fernandes que o representa nas feiras e faz a gravação de nomes nas facas, sempre que os clientes querem. Revelou-nos que a peça mais cara que tem é uma falcata em damasco. Tal como Carlos Fernandes, também Cristina Coelho, Marco Pereira e Miguel Gomes, do Acampamento de Caça, consideram que o certame é muito importante para exaltar as tradições passadas e dinamizar a economia de Torres Novas. O seu espaço envolve três grupos diferentes, com destaque para a AGAPE (A Grande Aventura Por Explorar), um grupo que faz animação, recriação histórica, grandes espetáculos e torneios, e a ArtFalco, ligada à falcoaria e ao tiro ao arco, em que Marco Pereira é um “às”. “Há muita gente que ainda tem interesse nesta arte. Estive recentemente numa prova no Castelo de Leiria que contou com cerca de meia centena de atiradores”, explicou a O MIRANTE. Miguel Gomes é o falcoeiro de serviço e mestre do acampamento. Contou-nos que este ano decidiram criar o tema do bem-estar animal porque é um asunto que deve estar sempre na ordem do dia.
José Ribeiro e a sua esposa estiveram a vender cervejas e sangrias dentro de “uma prisão”, como o nome do negócio indica – “O Calabouço”. José Ribeiro explicou que antes de participar como expositor na feira já era visitante e decidiu investir num negócio que fizesse a diferença e chamasse à atenção. “Os nossos copos têm um feitio diferente, são caveiras, elaborados por nós. Tentamos mudar os copos todos os anos”, explicou, acrescentando que as pessoas gostam muito do conceito e que a Feira de Época em Torres Novas é uma das melhores do país.
Mais de 120 expositores e um investimento de 300 mil euros
Na Feira de Época em Torres Novas estiveram presentes 120 expositores a comercializar os mais diversos produtos, desde a área alimentar ao artesanato. A cidade recuou ao século XIII, quando Afonso III reinava em Portugal há cerca de 30 anos. Para envolver os jovens na recriação histórica, na manhã de sexta-feira, 31 de Maio, mais de mil crianças do pré-escolar e do primeiro ciclo do concelho participaram no cortejo ‘Alvíssaras aos Petizes’. As Feira de Época de 2024 representou um investimento de cerca de 300 mil euros do município.