Cultura | 22-06-2024 21:00

População da Raposa unida para celebrar o Santo António

População da Raposa unida para celebrar o Santo António
Festas de Santo António na Raposa são celebradas há mais de meio século

As Festas de Santo António na Raposa são celebradas há mais de meio século e continuam a juntar a população da aldeia do concelho de Almeirim no dia 13 de Junho, considerado um feriado pelas gentes da terra.

Os mais antigos e tradicionais festejos do concelho de Almeirim mobilizaram a população da Raposa entre 7 e 13 de Junho para honrar o padroeiro da aldeia, Santo António. O MIRANTE esteve presente no último dia da iniciativa, em que decorreu o peditório, que este ano superou as expectativas da Comissão de Festas, presidida por Hugo Neto.
Para Cristina Casimiro, presidente da Junta de Freguesia de Raposa e elemento da Comissão de Festas, ver a comunidade continuar a ajudar nas festas e a interessar-se pelas suas tradições é motivo de orgulho. “A aldeia é pequena e todos fazemos parte de tudo, todos ajudamos sempre que podemos”, diz. A autarca refere que a celebração do padroeiro tem tido algumas mudanças nos últimos 20 anos. Antigamente existia um único peditório que abrangia aldeias vizinhas; hoje existem pequenos peditórios mensais apenas na aldeia de Raposa. “Santo António tem despesas todos os meses e as verbas são poucas. Juntamos duas ou três pessoas e todos os meses pedimos uma ajuda. A 13 de Junho voltamos com banda e com a comissão junta”, afirma.
O peditório que percorreu as ruas da aldeia encontrou habitantes como José Santiago e Maria Ludovina Santiago, que com 95 anos de vida e 60 de casados, receberam a Comissão de Festas de sorriso no rosto e prontidão para um dedo de conversa. Falaram da saúde e da família, evidenciando a proximidade que existe entre as gentes da terra. Ludovina prontificou-se de imediato para dar “umas bolachinhas e um bocadinho de vinho” a quem recebia, ficando inquieta ao ver que “devia ter mandado mais bolachas” assim que recebeu a taça vazia.
À medida que o peditório se ia desenrolando, não faltava quem assobiasse ou acompanhasse em canto as marchas populares da Banda Marcial de Almeirim. Ouviam-se uns “dá um sorriso”, “haja saúde”, “não se pode dar muito, dá-se o que se pode”, “esses velhotes já deram, apanhei-os pela fisioterapia”, “aquela lá do fundo não dá nada, mora ao pé de nós e nunca aparece”. Um elemento da comissão diz que há sempre os mais relutantes em ajudar: “Uns reclamam e ralham, nós temos que ouvir, mas acabam por dar. Outros nem abrem a porta, não querem ajudar à festa por não se darem com alguém da comissão.”
A animar a manhã dos festejos com pirotecnia esteve Renato Oliveira, filho da terra, que confessou a O MIRANTE ter muito gosto em estar ali e em fazer parte do evento desde criança. Orgulhoso do seu ofício e da aldeia que o viu crescer, apresentou Raquel Ferreira, de 24 anos, filha do fogueteiro Manuel João Ferreira, que herdou o gosto pirotécnico dos tios, os primeiros fogueteiros de Raposa. Raquel Ferreira, desde que possui a licença para lançar o fogo, fê-lo pela primeira vez este ano no decorrer da procissão de Santo António, sendo a “única mulher na área pirotécnica a nível nacional, pelo menos daquilo que conhecemos e das licenças que estão emitidas”, referiu Renato Oliveira.
Os festejos em honra de Santo António começaram com o hastear da bandeira nacional. O programa contou com concertos musicais, um espectáculo pirotécnico e a tradicional procissão em Honra de Santo António para encerramento dos festejos.

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