João e Cristina são dois artistas que encontraram em Tomar a inspiração para viver e trabalhar
A Fábrica das Artes já abriu em Tomar para sua quarta edição. O MIRANTE falou com dois artistas que participam na iniciativa e dão aulas na cidade durante todo o ano. Consideram que Tomar é uma boa “casa” para os artistas, mas referem que é necessário abrir a cidade ao mundo.
O concelho de Tomar é “casa” para muitos artistas e a Fábrica das Artes é exemplo disso. A iniciativa do município já se realiza há quatro edições no edifício Moagem “A Portuguesa”, no Complexo Cultural da Levada. Nos cinco pisos há arte para todos os gostos, com ateliês e exposições que permitem, a quem visita, conhecer um pouco mais sobre o mundo de quem utiliza a inspiração e criatividade como ferramentas de trabalho.
O MIRANTE esteve no espaço, que é referência na região, e falou com dois artistas que moram e trabalham em Tomar. Participam na Fábrica das Artes, mas têm o seu ateliê no edifício da Moagem durante todo o ano, onde dão aulas regularmente. João Bruno Videira tem 50 anos e, depois de uma experiência a viver no Alentejo, regressou à cidade templária para iniciar um novo rumo na sua vida. Foi jornalista, mas há quase duas décadas que se dedica às artes: “tudo começou por brincadeira, quando fiz uma cadeira com lã de Arraiolos”, explicou. O artista participa na Fábrica das Artes desde a primeira edição. Assume-se como um artista têxtil, mas também como designer de mobiliário. “O conceito nasce de uma junção de artesanato, design e arte, onde vou recuperar algumas técnicas tradicionais, outras criadas por mim, sempre com matéria-prima tradicional”, revelou, acrescentando: “a beleza de Tomar é um estímulo para o meu trabalho”, vincou.
Cristina Garcia trabalha com artes plásticas, é de Lisboa, mas mora em Tomar há 19 anos. A sua primeira formação foi na área da veterinária, onde trabalhou durante 14 anos, mas depois decidiu mudar de vida e formou-se em Belas Artes. Dá aulas em Tomar, no seu ateliê, durante todo o ano, e tem dois grupos de alunos. Participa em exposições em Lisboa, Figueira da Foz e Coimbra. Cristina Garcia acredita que Tomar é o espaço ideal para os artistas desenvolverem a sua criatividade, mas reconhece que tem que existir mais “divulgação e vontade” de abrir as portas ao mundo.