Cultura | 16-07-2024 18:00

Classificação do Colete Encarnado como património imaterial está por decidir há três anos

Classificação do Colete Encarnado como património imaterial está por decidir há três anos
Campinos continuam a ser os protagonistas da festa do Colete Encarnado em Vila Franca de Xira

Este ano as festas do Colete Encarnado em Vila Franca de Xira homenagearam “Matateu”, o campino que dormia com o cavalo amarrado aos pés.

O município continua à espera de uma resposta da Direcção-Geral do Património Cultural sobre a candidatura para inscrição da festa no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial.

Passaram três anos desde que a Câmara de Vila Franca de Xira submeteu à Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) a candidatura da festa do Colete Encarnado para inscrição no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial e ainda não há novidades. É por isso que o presidente do município disse a O MIRANTE, à margem da homenagem ao campino na tarde de sábado, 6 de Julho, que está na hora de falar directamente com o ministro da Cultura sobre o assunto para que o dossiê não fique esquecido nos gabinetes. “Entretanto o Governo mudou e ainda não falei com o novo ministro da Cultura sobre a candidatura mas é um dos assuntos que irei falar com ele para perceber qual é o ponto da situação”, garantiu Fernando Paulo Ferreira.
A consulta pública do processo esteve aberta durante 30 dias em Junho de 2023 e, já se sabe, além de várias manifestações de apoio também responderam várias associações ambientalistas e de protecção dos direitos dos animais, que se mostraram contra a classificação do Colete Encarnado como património imaterial. Evocaram sobretudo as esperas de toiros nas ruas como factores de alegada perigosidade para as crianças.
Ainda assim, Fernando Paulo Ferreira diz estar “muito seguro” da candidatura apresentada pelo município, ressalvando que o Colete Encarnado é uma festa à beira de celebrar o centenário - este ano foi a 92ª edição - e que está fortemente assimilada pela população do Ribatejo. “É também uma festa que ganhou o prémio das 7 Maravilhas da Cultura Popular e, este ano, o prémio 5 Estrelas para eventos desta natureza. Vamos ver, mantemos a esperança e estamos seguros da qualidade da candidatura. Aguardemos com serenidade”, afirmou.
A candidatura, recorde-se, foi submetida a 21 de Abril de 2021 à DGPC, culminando num trabalho iniciado em 2018, ainda no mandato de Alberto Mesquita como presidente da câmara, com o levantamento, catalogação e selecção da documentação a seguir para a candidatura. Se a candidatura for aprovada, o Colete Encarnado passa a estar inscrito no Inventário Nacional de Património Cultural Imaterial, condição fundamental para uma eventual candidatura a Património Imaterial da UNESCO.

“Insistimos em ser livres”

A homenagem ao campino voltou a ser o momento mais solene do Colete Encarnado e este ano foi homenageado Joaquim Júlio Correia, conhecido por “Matateu”, que recebeu o Pampilho de Honra com o nome de Manuel Borda de Água, falecido em 2019. A cidade recebeu também Henrique Pinheiro, da Casa Agrícola Veiga Teixeira, que vai começar a ajudar na organização das esperas e largadas de toiros da festa do próximo ano. A vara que simboliza essa responsabilidade foi-lhe entregue pelos campinos João Inácio Janica e Mário Oliveira Café.
“Celebramos a valentia e a natureza profunda da nossa humanidade. Sim, VFX é diferente, assumimos a nossa natureza de cidade, de parte integrante da capital do país, tanto quanto a nossa ligação ao campo, agricultura, ao Ribatejo e à Reserva Natural do Estuário do Tejo”, destacou Fernando Paulo Ferreira no seu discurso. O maior aplauso da tarde foi quando o autarca lembrou que não há presente nem futuro sem diversidade e, aludindo às raízes taurinas da cidade, notou que é a riqueza da palavra liberdade que a cidade mais preza. “E em VFX insistimos em continuar a ser livres”, afirmou. Como habitualmente seguiu-se o desfile pelas ruas acompanhado por aplausos de centenas de curiosos.

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