Acrescer acompanha 200 famílias de Tomar na integração e inclusão social
A Associação de Pais e Amigos das Crianças com Necessidades Educativas Especiais (Acrescer) existe há 20 anos em Tomar e tem realizado um trabalho ímpar na integração e inclusão social. Élia Marques, presidente da associação, explica que actualmente são apoiadas cerca de duas centenas de famílias.
Nasceu há duas décadas, em Tomar, a Associação de Pais e Amigos das Crianças com Necessidades Educativas Especiais (Acrescer). A associação, presidida por Élia Marques, acompanha cerca de duas centenas de famílias no concelho e já mudou a vida de várias dezenas. A sua missão é simples mas complexa ao mesmo tempo: trabalhar para garantir mais integração e inclusão social dos filhos, mas também dos pais. Para isso, a Acrescer tem vários serviços, nomeadamente terapia da fala, acompanhamento psicológico, apoio a nível escolar, entre outros. A associação tem sede na Junta de Freguesia de Santa Maria do Olival, sendo que os gabinetes e consultórios estão localizados na antiga escola primária Infante D. Henrique.
O MIRANTE visitou a antiga escola, que agora acolhe a associação e outras do concelho, e falou com a presidente, o vice-presidente, Rui Honrado, e a terapeuta da fala Iolanda Conceição. Élia Marques é uma das mães fundadoras da associação. A sua filha, de 25 anos, nasceu com uma doença rara, a Síndrome Cornélia de Lange, que obrigou Élia Marques a mudar de vida profissional. Hoje em dia é proprietária de uma loja em Tomar, o que lhe permite ter mais disponibilidade para acompanhar a filha. Élia Marques sentia que não tinha as respostas necessárias em Tomar, o que a obrigava a deslocar-se para as grandes cidades. “Sentíamo-nos desamparados, não tínhamos onde recorrer. A associação nasce depois de três famílias se juntarem que foram convidando técnicos, professores e outros pais para fazerem parte”, explica a responsável.
Ao longo dos 20 anos, a associação foi crescendo e passou por diversos locais, funcionando essencialmente na base do associativismo. “O orçamento depende das quotas de sócios, programas de associativismo e projectos a que concorremos”, refere. A associação conta neste momento com mais de meio milhar de associados e, embora se foque no apoio a crianças com necessidades educativas especiais, também ajudam adultos e idosos. “Tentamos tratar a família por inteiro porque muitas vezes não é só a criança que precisa de ajuda, os pais também precisam”, vinca Élia Marques.
Uma mais-valia para a sociedade
Rui Honrado é engenheiro civil e tem um filho que nasceu com Espinha Bífida. Diz que encontrou na Acrescer uma família e um importante apoio para enfrentar os desafios. Refere que uma das mais valias da associação é responder a várias patologias. “Há associações que se dirigem a uma problemática específica, nós juntamos todas. Cada pai tem um filho com um problema diferente, mas todos têm a mesma dificuldade, a de saber o melhor rumo a tomar”, sublinha. A terapeuta da fala, Iolanda Conceição, está na Acrescer há 15 anos e afirma que se sente “em casa”. Tem dois filhos, sendo que um deles sofre de perturbação de ansiedade. Investir na inclusão e integração continua a ser a principal missão da associação. “Estamos focados na integração e inclusão das pessoas que passaram pela associação. Tivemos crianças que agora já são adultos que precisam de ajuda para se integrarem na sociedade. Todos podemos ser uma mais-valia e ter um contributo importante, independentemente da nossa condição”, salienta.
A Acrescer conta actualmente com três terapeutas da fala, três psicólogos, um terapeuta ocupacional, uma psicomotricista e três professoras na área educativa. As sessões de terapia funcionam na antiga escola primária Infante D. Henrique, sendo que o espaço conta com cinco gabinetes e outras áreas. A associação considera que é importante, no futuro, ter um espaço físico maior e mais apoios a nível financeiro, de modo a aumentar a oferta e a melhorar os seus serviços.