Cultura | 27-07-2024 21:00

Orfeão do Entroncamento quer continuar a cantar e captar mais alunos

Orfeão do Entroncamento quer continuar a cantar e captar mais alunos
Luís Antunes é um dos fundadores do Orfeão do Entroncamento e afirma que principal objectivo é manter a associação viva

Luís Antunes, director musical do Orfeão do Entroncamento e um dos seus fundadores, afirma que para pertencer ao canto coral o único requisito é ser-se “minimamente afinado”. Grupo conta com cerca de 400 actuações nacionais e internacionais desde a sua fundação e tem uma escola de música.

O Orfeão do Entroncamento foi legalmente criado em 1988 e Luís Antunes, actual director de música, foi um dos fundadores. Afirma que o principal objectivo da associação, apesar das dificuldades monetárias, é manter viva a associação e aumentar o número de alunos da escola de música. O canto coral é a base do grupo que conta com 25 cantores adultos. Em jeito de brincadeira, Luís Antunes diz que para pertencer ao grupo o único requisito é ser “minimamente afinado”. Além do grupo coral, o Orfeão do Entroncamento tem uma escola de ensino clássico de piano, flautas e guitarra clássica. São cerca de 30 os alunos que frequentam as aulas individuais e colectivas, número que Luís Antunes considera positivo, mas longe dos 120 que já tiveram nos primeiros anos. Os ensaios e as aulas decorrem duas vezes por semana e têm cerca de hora e meia.
Desde a fundação, o grupo conta com cerca de 400 actuações por todo o país e no estrangeiro, como Polónia e Espanha. As actuações são, na sua maioria, intercâmbios com outros grupos e, praticamente, todas gratuitas. O grupo conta com dois concertos fixos por ano, no Dia de Reis, onde cantam nas duas igrejas do concelho, de forma intercalada anualmente e no aniversário do concelho com um festival de coros. Luís Antunes lamenta que a cultura ainda seja vista como “o parente pobre da actividade cívica” e acredita que as autarquias podiam ter um papel mais activo na dinamização da actividade cultural. “Têm os meios para dar o pontapé de saída e incentivar e promover a cultura, as associações sozinhas não conseguem”, atira. O director do Orfeão gostava de ver nascer uma escola de música municipal no concelho, que não fosse mais uma repartição, mas um trabalho de parceria onde a autarquia participasse com recursos humanos e apoios e as associações com o trabalho prático.
“A cultura está deficitária na cidade”
Natural de Torres Novas mas a viver há 50 anos no Entroncamento, Luís Antunes lamenta ver as grandes mudanças que o concelho sofreu. “A cultura está deficitária na cidade e já merecia uma actividade cultural programada e regular para incentivar as pessoas a consumir cultura. O município podia e devia explorar melhor os meios e recursos que tem à disposição”, afirma. No entanto, não é apenas a nível cultural que Luís Antunes considera o balanço negativo. Diz que não gosta de ser catastrófico nem alarmista, mas acredita que existem problemas e não se pode ignorá-los.
“A cidade tem crescido a nível populacional, o que é positivo por um lado mas traz problemas por outro. Em termos de habitação, como é possível termos um pequeno apartamento com 15 pessoas a viver lá dentro?” questiona. Em Novembro, o presidente do Orfeão do Entroncamento, Mário Silva, lamentou a insegurança do concelho que o levava muitas vezes a sentir-se inseguro quando saía de noite do Orfeão até casa. Luís Antunes partilha da opinião do colega de associação. “As pessoas observam e ouvem as coisas. Há assaltos durante o dia, é normal que o receio à noite seja ainda maior. Os problemas e o receio são factuais, não são percepções das pessoas. Toda a gente tem conhecimento dos problemas a nível de segurança”, remata.

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