CultFest em Azambuja espera ultrapassar os seis mil visitantes diários
Junta de Freguesia de Azambuja já está a preparar a terceira edição do CultFest, que decorre de 20 a 22 de Setembro na vila. O certame é todo feito com prata da casa, sem recurso a contratação externa, e é para toda a família. André Salema espera atingir os seis mil visitantes diários num evento que atrai visitantes de fora do concelho.
A Junta de Freguesia de Azambuja continua a apostar forte no Cult-Fest, festival que vai decorre de 20 a 22 de Setembro na vila de Azambuja. Nesta terceira edição a junta conseguiu melhorar as condições para os artesãos, que vão estar em tenda própria. São esperadas mais de 40 bancas de artesanato de todo o país. A conhecida fotógrafa Rita Carmo vai ter uma exposição durante o festival e dentro da Praça de Toiros vai ser criada uma Funzone com divertimentos para miúdos e graúdos. A O MIRANTE, o presidente da Junta de Azambuja, André Salema, avança ainda que vão ter mais diversidade nas bancas de comida e bebida, para além dos 15 concertos previstos para os três dias de festival.
“Houve uma mudança de paradigma naquilo que eram as festas da freguesia para a concretização deste festival. O que era a cultura tradicional passou para o mês da cultura tauromáquica, que ocorre em Abril, promovido pela Câmara de Azambuja. Decidimos dar a experimentar um festival cultural diferente que tivesse várias expressões artísticas culturais e musicais”, explica o autarca.
O ano passado o orçamento da junta para o CultFest foi superior a 60.000€ mas com a venda dos bilhetes e produtos os gastos rondaram os 27 a 28.000€. André Salema refere que o certame conta com o apoio de várias empresas, o que permite ter boas condições para a festa. Além disso, o CultFest vai manter a vertente solidária e no final da iniciativa vão ser doados 5.000€ ao Centro Social e Paroquial de Azambuja.
Evento é feito com prata da casa
O festival é todo organizado pelos funcionários da Junta de Freguesia de Azambuja. Ao longo dos três dias não estão todos alocados ao certame mas é tudo feito com a prata da casa. Ao longo de dois anos a junta adquiriu novos equipamentos para não ser necessário contratar ninguém.
No CultFest deste ano vão voltar a ser vendidos quatro kits do festival, que além da entrada incluem outros artigos com a imagem da mascote o Fichas. Os kits podem ser adquiridos na junta ou no festival. “Azambuja tinha falta de um evento para consumo interno e que traga pessoas de fora do concelho. Isso notou-se o ano passado, em que tivemos filas na bilheteira do CultFest que iam quase até à extensão do mercado municipal. Apesar de algumas pessoas dizerem o contrário, o festival necessita de apoio e suporte: alojamento local, combustível, pequenas compras e isso reflecte-se na economia local”, diz o autarca.
O Campo da Feira tem capacidade para 8 mil pessoas por dia e o festival atingiu o ano passado um número superior a 5 mil visitantes. Nesta edição a junta ambiciona ultrapassar as 6 mil pessoas por dia. O CultFest tem como cabeça de cartaz no dia 20 os Blasted Mechanism, reconhecida banda de rock alternativo, que volta a Azambuja passados 19 anos, quando participou no antigo “Festival do Tejo”. Plutonio, rapper e cantor português de origem angolana, actua dia 21 e no último dia, 22 de Setembro, canta Teresinha Landeiro, uma das jovens vozes mais promissoras do fado contemporâneo.
O festival tem preocupações ambientais e por isso é um ecoevento que não usa geradores alimentados por combustível fóssil, utiliza copos reutilizáveis, faz a separação de lixos e não usa recipientes plásticos e de vidro. O horário do festival foi alargado na sexta-feira e sábado até às 03h30. O horário de domingo mantém-se até às 00h30. A pulseira para acesso aos três dias do certame custa 5€ e, para evitar filas, a organização sugere a compra antecipada de bilhetes através do site bol.pt, que serão trocados por pulseiras na bilheteira.
André Salema só se recandidata após conhecer o projecto do PS para a freguesia
André Salema cumpre o primeiro mandato enquanto presidente de junta eleito pelo Partido Socialista. Exerce funções a meio tempo, uma vez que decidiu não deixar a profissão, e por isso delega funções. “Se não tivesse a equipa que tenho dificilmente atingiríamos os resultados que temos tido. É uma equipa em quem confio a 100%”, vinca. Diz que só será recandidato ao cargo após conhecer o projecto político do PS para a freguesia. O autarca afirma ter “as suas condições, porque a freguesia de Azambuja tem debilidades que precisam ser ultrapassadas”.
A maior dor de cabeça para a junta continua a ser a manutenção do espaço público, desde os espaços verdes à manutenção da calçada. Actualmente, o corte de vegetação foi delegado a uma empresa e até ao final do ano será delegada noutra firma a manutenção de todos os jardins da freguesia. Um dos maiores problemas que o concelho de Azambuja tem é a deposição ilegal de monos e resíduos de construção. O autarca lamenta que a fiscalização municipal não funcione e que não exista um mecanismo que permita que as pessoas que se querem desfazer de móveis não tenham de esperar seis dias para a empresa os recolher.
“Contactámos a Ecoambiente para fazer um ecoentro em Azambuja para as pessoas deixarem lá os resíduos. A demora que há entre a chamada telefónica e a recolha é grande. Eu próprio recebo telefonemas de pessoas que querem depositar resíduos. Em qualquer sítio se mete lixo e não pode ser”, refere.