Reitor de Fátima quer orações em língua gestual para maior participação de surdos
Carlos Cabecinhas diz que a comunidade surda tem que ter acesso e condições para ter uma verdadeira participação litúrgica.
O reitor do Santuário de Fátima alertou a Comissão Episcopal de Liturgia para a urgência da fixação das orações principais e dos ritos litúrgicos em Língua Gestual Portuguesa para aumentar a participação dos cegos na Igreja. Para Carlos Cabecinhas “só assim se conseguirá, junto da comunidade surda, a promoção de uma verdadeira participação litúrgica”. O reitor lembra que, “depois de algumas iniciativas esporádicas, a partir de Maio de 2013 passou a assegurar todos os domingos uma missa com interpretação em Língua Gestual Portuguesa”. Isto implicou a constituição de uma equipa de intérpretes que, desde então, tem feito a interpretação em diversos atos e um trabalho de reflexão, formação e padronização relativo às orações e ritos litúrgicos.
Preocupado com a necessidade de “uma cada vez maior integração da comunidade surda na dinâmica celebrativa cristã”, Carlos Cabecinhas lança agora o apelo à Comissão Episcopal de Liturgia, presidida pelo arcebispo de Braga, José Cordeiro, a que seja feita a fixação das orações principais e dos ritos litúrgicos em Língua Gestual Portuguesa. Este apelo surge a poucos dias da II Peregrinação Europeia de Pessoas Surdas, que se realizará em Fátima entre 26 e 29 de Setembro.
“É uma ocasião festiva e um momento de encontro, convívio e partilha”, considera Carlos Cabecinhas. A organização desta peregrinação é dos Católicos Surdos da Europa, apoiada pelo Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência, da Conferência Episcopal Portuguesa, e pelo Santuário de Fátima.