Cultura | 01-10-2024 21:00

‘Art In Rua’ conquista novos públicos em Tomar

‘Art In Rua’ conquista novos públicos em Tomar
Ana Sousa levou às crianças um espectáculo de música e leitura. Pedro Giestas é um actor já reconhecido do público

Festival Internacional de Artes de Rua de Tomar contou com a participação de dezenas de artistas nacionais e internacionais. Não faltaram espectáculos para todos os gostos, em áreas diversas, como música, teatro, artes circenses, entre outras. O MIRANTE esteve no festival e falou com dois artistas que participaram na edição deste ano.

Tomar voltou a encher-se de artistas para o festival ‘Art In Rua’. Durante três dias, as ruas da cidade templária foram palco para diversos espectáculos protagonizados por artistas vindos de todo o país, e não só. O festival suscitou a curiosidade de milhares de visitantes, que se deslocaram até Tomar durante esse fim-de-semana a meio de Setembro. O MIRANTE esteve no local e falou com Ana Sousa, de Abrantes, e Pedro Giestas, de Lisboa, dois dos muitos artistas que participaram na edição deste ano do ‘Art In Rua’.
Ana Sousa tem 27 anos e veio de Abrantes. É saxofonista e professora, criou um espectáculo ao qual deu o nome de “Som da Palavra”. Apresenta o espectáculo como uma mistura de música e literatura, num formato de concerto pedagógico para crianças e famílias. “Com o saxofone tento contar histórias e com os livros tento fazer com que as crianças oiçam a música, é uma simbiose entre as duas áreas, e pelo meio fazemos umas brincadeiras e umas interacções entre as crianças e o público”, conta.
Em conversa com O MIRANTE, explica que a sua ligação às artes começou quando andava na escola, tendo sido convidada por um professor de música para aprender a tocar saxofone na banda da cidade onde cresceu, em Santa Maria da Feira. Ana Sousa estuda artes desde os nove anos de idade, andou em conservatórios e academias de música até ao 9º ano de escolaridade, altura em que decidiu que queria mesmo ser artista. Foi então estudar para o Conservatório do Porto e depois para a universidade.
Actualmente mora em Abrantes, porque é professora deslocada. “Dou aulas de saxofone, agora estou a ficar um pouco apaixonada pela região, portanto provavelmente hei-de ficar por lá a longo prazo”, revela com um sorriso no rosto. Ana Sousa reconhece que viver da música não é fácil. “Não é um rendimento fixo, temos mais espectáculos no Verão, é um trabalho sazonal, daí eu ter a vertente do ensino, que me ajuda a dar alguma estabilidade durante o ano todo”, sublinha.

Para conquistar o público temos que ir para a rua
Pedro Giestas tem 50 anos e é um actor reconhecido em Portugal. Faz teatro, televisão, dobragens e muito mais. A sua ligação às artes começou em criança: “as coisas foram acontecendo, eu fazia tudo em pequeno, entrava em todos os projectos que pudessem existir na minha terra, cresci no palco”, explica a O MIRANTE. Pedro Giestas assume que gosta muito de Portugal e da cultura do país: “todos os meus espectáculos têm algo de identitário, de cariz cultural, de identitário com o nosso país”, sublinha.
Para a cidade de Tomar trouxe um espectáculo inspirado no conto “Estranhões e Bizarrocos” de José Eduardo Agualusa. “É a história de um inventor, fala sobre a amizade, revoluções e a importância da criatividade, é um espectáculo para todos, dirigido às famílias, a nossa intenção é que os pais e os filhos vão juntos ao teatro”, explica. Uma das particularidades deste espectáculo, que tem como nome “Teatro Invisível”, é que se realiza dentro de uma pequena tenda onde o público se senta a assistir.
Sobre o festival ‘Art In Rua’, Pedro Giestas destaca a grande adesão por parte das pessoas, realçando a importância que a arte de rua tem para conquistar novos públicos. “Eu acredito muito que para conquistar o público temos que ir para a rua, para depois tentar conquistá-lo para dentro das salas de teatro”, concluiu.

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