Cultura | 13-10-2024 12:00

Artesãs do Entroncamento revoltadas por terem sido excluídas de festival no concelho

Artesãs do Entroncamento revoltadas por terem sido excluídas de festival no concelho
Cesarina Conceição é uma das artesãs que se queixa da atitude da Câmara do Entroncamento. fotoDR

Artesãs Patrícia Vicente, Cesarina Conceição, Ariana e Jandira Figueira criticaram, em carta aberta, a Câmara do Entroncamento por ter descartado artesãos do concelho do Festival Vapor. Dizem que a atitude do município liderado por Jorge Faria constituiu uma afronta e uma manifestação de desprezo.

Quatro artesãs do Entroncamento escreveram uma carta aberta dirigida ao município, criticando a ausência de artesãos do concelho no Festival Vapor, evento que decorreu no Museu Nacional Ferroviário no último fim-de-semana de Setembro e conta com um investimento significativo por parte da Câmara do Entroncamento. Patrícia Vicente, Cesarina Conceição, Ariana e Jandira Figueira afirmam estar revoltadas e descontentes com a forma como o artesanato local tem sido tratado, dizendo ser alvo de desprezo por parte do município. Em causa, está a exclusão de artesãos do Entroncamento para a Feira de Crafts, no evento, com o objectivo de “valorizar o artesanato e as artes manuais”.
“A exclusão dos artesãos do Entroncamento é uma afronta não apenas ao nosso trabalho, mas também à nossa dignidade. É inaceitável que, num festival promovido pelo município, nenhum de nós tenha tido a oportunidade de expor as nossas criações. Somos nós que, diariamente, trabalhamos arduamente para manter viva a tradição do artesanato nesta cidade, pagamos os nossos impostos, temos marcas registadas e contribuímos também para a cultura local”, pode ler-se no documento.
As artesãs afirmam não terem sido apresentados critérios de selecção, tendo sido alegado que a feira se baseava na qualidade das peças e na preocupação de conseguir uma mostra representativa e diversificada. “Esta justificativa é não só humilhante, mas também profundamente desrespeitosa. Como podem avaliar a qualidade do nosso trabalho sem sequer nos dar a oportunidade de mostrar o que fazemos? A nossa dedicação e esforço são postos em causa de forma leviana e desconsiderada”, lamentam.
Segundo as quatro artesãs, durante as Festas da Cidade e do Concelho, elementos do município pediram que as mesmas entregassem panfletos de divulgação do Festival Vapor, algo que consideram irónico, uma vez que acabaram por não fazer parte do evento. Além da contradição, a falta de respostas por parte do município e do Museu Nacional Ferroviário, foi entendida pelas artesãs como “falta de consideração e respeito pela nossa contribuição à cultura local”. A carta aberta termina dizendo que “é uma ironia que um evento que se propõe a promover práticas sustentáveis e a valorizar o artesanato ignore aqueles que vivem e respiram essa arte todos os dias”.

Município responde em comunicado
A resposta do município surgiu em forma de comunicado, onde se pode ler que não existe subjectividade na identificação dos artesãos participantes e que o Festival Vapor, não se tratando de uma feira de artesanato, seria uma mostra, limitada no espaço e no tempo, integrada no festival que tem uma determinada estética e linguagem própria do movimento Steampunk, logo o único critério é a coerência com a estética do evento. Segundo o comunicado, “os inscritos receberam email a informar que a sua inscrição não tinha sido contemplada. Afirmamos ainda que o concelho esteve representado por artesãs cujos trabalhos integram esta específica linguagem”.
A artesã Cesarina Conceição, reagiu nas redes sociais, garantindo que em momento algum foi indicado que o artesanato devia estar relacionado com a temática do SteamPunk. “Caso estivesse essa referência, das duas uma, ou não nos inscrevíamos ou faríamos produtos com essa temática”, escreve a artesã.

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