Arruda dos Vinhos quer retomar prémio literário Irene Lisboa
Prémio que honra memória da escritora natural de Arranhó vai voltar este ano depois de ter ficado em pausa para o seu regulamento ser revisto.
Depois de um ano de interregno para actualizar o regulamento que rege o concurso, o município de Arruda dos Vinhos vai retomar a entrega do Prémio Literário Irene Lisboa, que visa divulgar o nome e a vida da escritora, pedagoga e professora natural do concelho. Na última reunião de câmara o presidente do município, Carlos Alves (PS), garantiu, em resposta aos vereadores do PSD, que o executivo está empenhado em retomar a entrega do prémio este ano e fazer dele uma referência nacional na distinção de novas obras literárias. A última edição aconteceu em 2022.
“Este ano não está esquecido e vai realizar-se. Mas quisemos introduzir algumas melhorias no regulamento”, informou o presidente do município, lembrando que entre elas está o júri poder ter a opção de não atribuir o prémio, caso nenhuma das obras a concurso tenha qualidade. Com a criação do Prémio Literário Irene Lisboa, recorde-se, o município de Arruda dos Vinhos pretende divulgar o nome e a vida de Irene Lisboa, promover o estudo da sua obra, valorizar a língua portuguesa, a cultura e a identidade de Arruda dos Vinhos, criando e consolidando hábitos de leitura, escrita e promoção da escrita criativa.
Podem participar no concurso todos os cidadãos portugueses e estrangeiros cuja situação de permanência no país esteja legalizada. Cada participante pode concorrer com o máximo de dois trabalhos e só são admitidas obras inéditas escritas em língua portuguesa. O valor do prémio é de 1.500 euros.
Irene Lisboa nasceu em Dezembro de 1892 em Arranhó e a sua produção literária divide-se pela poesia, conto, crónica e novela, sempre em tom intimista e autobiográfico. A sua obra foi elogiada por autores como Vitorino Nemésio, José Régio, José Gomes Ferreira, João Gaspar Simões ou José Rodrigues Miguéis mas nunca teve grande aceitação por parte do público. Em sua homenagem, a Federação Nacional dos Professores fundou em Janeiro de 1988 o Instituto Irene Lisboa e a escritora foi agraciada a título póstumo, em Maio de 1989, com o grau de comendador da Ordem da Liberdade. Irene Lisboa morreu em Novembro de 1958 e em Arranhó existe hoje o Museu Irene Lisboa.