Cultura | 28-10-2024 18:00

Rancho da Linhaceira quer ter um museu para preservar as memórias

Rancho da Linhaceira quer ter um museu para preservar as memórias
Rancho Folclórico da Linhaceira nasceu em 2002

O Rancho Folclórico da Linhaceira nasceu em 2002 na aldeia de Linhaceira, em Tomar, e tem como objectivo criar um museu para expor os bens que tem à sua guarda. O grupo procura recuperar e divulgar tradições através de diversas iniciativas, como a Descamisada à Antiga que O MIRANTE acompanhou.

A aldeia de Linhaceira, no concelho de Tomar, tem mais vida com o Rancho Folclórico da Linhaceira. O grupo nasceu em 2002 e actualmente tem 33 elementos, mas já chegou a ter mais de 60. O elemento mais velho do grupo tem 80 anos e o mais novo tem apenas cinco. O rancho procura recuperar tradições, representando o que havia antigamente, divulgando o que era feito e como era feito. A Descamisada à Antiga é um bom exemplo disso. Realizou-se pela primeira vez no ano passado e, tendo em conta o sucesso, voltou a repetir-se este ano. O MIRANTE esteve presente na iniciativa, que decorreu na Linhaceira a 12 de Outubro, e aproveitou para falar com Luís Marques, presidente do rancho.
Luís Marques tem 40 anos e é de Limeiras, Praia do Ribatejo, concelho de Vila Nova da Barquinha. Embora não seja da Linhaceira, diz que passa mais tempo na aldeia do que na sua terra, não só por causa do rancho mas também porque é lá que trabalha como vendedor de materiais de construção. Em conversa com O MIRANTE, conta que entrou para o rancho com apenas 18 anos e nunca mais saiu. Desde que entrou até à actualidade muita coisa aconteceu, inclusive o nascimento de duas filhas, sendo que uma delas também já está no rancho. “Quando eu deixar espero que ela cá fique para isto não parar, o objectivo é ir passando de geração em geração”, diz.
O rancho participa em diversas iniciativas ao longo do ano, nomeadamente o Mercado de 1900, que este ano não se realizou devido às condições climatéricas. Também participa na Feira de Santa Iria e organiza ainda um festival anual de folclore, além de outras festas em que são convidados a participar. “O grupo funciona como família, há sempre uns que se dão muito bem, outros que se dão menos bem, mas sim é uma família”, afirma Luís Marques, acrescentando que o rancho é uma forma de unir a população da aldeia e de promover, não só a localidade, mas também Tomar e a freguesia.
Luís Marques afirma que um dos objectivos para o futuro é abrir um museu. “Neste momento estamos a precisar de ter um museu. Temos muitas coisas que nos foram oferecidas pelos nossos avós e amigos do rancho que estão amontoadas, não estão a ter as devidas condições, será algo que temos que melhorar. O principal objectivo para o futuro é ter um museu”, confessa.
A ideia da Descamisada à Antiga partiu de um elemento do rancho que assistiu a muitas descamisadas e disse que o rancho também podia recriar uma para as pessoas da aldeia saberem como era. A iniciativa consiste em despir a maçaroca do milho, no qual os participantes, num sistema de entreajuda, se acomodam sentados ou ajoelhados em redor das espigas de milho. A edição deste ano contou com 50 a 60 kg de milho, sendo que o mesmo é depois utilizado para dar a galinhas ou pombos. Com a iniciativa pretendeu-se que pessoas de todas as idades participassem na actividade, conhecendo e fazendo algo que nunca tinham visto ou feito.

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