Bia Maria: uma oureense de gema que lançou novo disco na sua terra natal
Depois de ter lançado em Junho “Marcha da Paridade”, o single introdutório do seu disco de estreia, Bia Maria, artista oureense, apresentou o álbum “Qualquer um pode cantar” na Sala Principal do Teatro Municipal de Ourém.
A cantautora Bia Maria está a lançar o disco “Qualquer um pode cantar”, o primeiro de longa duração que marca o início de um novo ciclo em que, assume, está à procura do seu lugar no mundo. No dia 1 de Novembro, a artista natural de Ourém apresentou o novo disco no Teatro Municipal de Ourém. Dia 9 de Novembro actua no MusicBox, em Lisboa, e no dia 16 de Novembro dá um concerto na Igreja de Santa Eulália de Sobrosa, em Paredes.
Beatriz Pereira, que na música tem o alter-ego artístico Bia Maria desde 2019, refere que “este disco é a afirmação de que eu estou mesmo aqui”. Não estou a fazer isto só meio a brincar; isto é sério e eu quero que as pessoas me levem a sério pelo meu trabalho”, disse à Lusa. O disco “Qualquer um pode cantar” é muito centrado na voz, contando com a colaboração de quatro coros: Essence Voices, de Ourém, Sopa de Pedra e dois coros de Aveiro. As participações tornaram “o processo de gravação maluco, com muitas pessoas para gerir” mas, em simultâneo, “muito entusiasmante e muito giro”, também porque a cantautora teve de assumir pela primeira vez outros papéis. “Nunca tinha tido a oportunidade de ter de ‘vestir’ as minhas canções, de as produzir, no fundo. Foi um trabalho muito importante para mim: ter de me sentar, encontrar as minhas ferramentas e ‘vestir’ as minhas canções, dar-lhes vida”, vinca.
Após três EP lançados entre 2019 e 2022, “Qualquer um pode cantar” revela novas preocupações de Bia Maria. “Todo o meu percurso até agora foi [feito] com uma energia muito romântica e de canções muito amorosas. Este disco já reflecte outra fase minha porque eu cresci e, portanto, começam a haver outras preocupações enquanto adulta e enquanto pessoa que está a tentar existir no meio desta sociedade louca”, sublinha.
O disco vai buscar o título a um mote que Beatriz Pereira transmite às crianças, dos 6 aos 10 anos, a quem dá aulas de música: “digo sempre: ‘vocês podem todos cantar’”. Numa fase de frustração artística, há pouco mais de um ano, uma das suas alunas insistiu que ela lançasse mais músicas, porque, lembrou-lhe, “qualquer um pode cantar”. Aos 25 anos e com um primeiro disco nas mãos, Bia Maria assume-se “pouco ambiciosa” quanto a expectativas futuras. “No processo para chegar a este disco precisei muito de ser humilde e de ter os pezinhos assentes na terra”, frisa.
Quem é Bia Maria
Beatriz Pereira assume-se como “Beatriz de nome, Maria na voz e Oureense de gema”. A sua música é uma mistura de sonoridades doces mas maduras, que nos transportam até um universo de palavras certas, sobre histórias de amor e desamor, presságios e sonhos. Um passeio desde a bossa nova ao pop, com um jeito de fado sempre cantado em português. No projeto a Música Portuguesa a Gostar dela Própria interpreta canções como “Maria” ou “Andorinhas” de sua autoria. Faz parte da colectânea Fnac Novos Talentos 19’ com a canção Dissabor. Conta com concertos no Nos Alive, no Festival Por Estas Bandas em Cem Soldos, Festival Para Gente Sentada, em Braga, e chegou à final do Festival Termómetro, em Lisboa. O seu primeiro single “José” chegou ao mundo em Julho de 2019 pela Chinfrim Discos, e em Outubro o álbum “Mal Me Queres, Bem Te Quero”.