Livro de António Lúcio Vieira publicado 20 anos depois em Torres Novas
Livro sobre o concelho de Torres Novas foi encomendado a António Lúcio Vieira na década de 90, altura em que António Rodrigues presidia à câmara municipal. “Vozes no Tempo” foi agora publicado, quatro anos depois da morte do escritor.
A Câmara de Torres Novas esteve mais de 20 anos para editar e publicar um livro sobre o concelho encomendado ao escritor António Lúcio Vieira no final da década de 90, altura em que a autarquia era presidida por António Rodrigues. Embora o autor se tenha dedicado prontamente à tarefa que lhe foi incumbida em 1999, entrevistando inúmeras pessoas das aldeias do concelho e recolhendo, junto delas, informação que inspirou as mais de mil páginas iniciais, o livro ficou metido na gaveta durante décadas até ter sido agora publicado.
A apresentação de “Vozes do Tempo” aconteceu no domingo, 17 de Novembro, na Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes, em Torres Novas, mais de quatro anos após a morte do autor, falecido a 4 de Junho de 2020, e que tinha como desejo ver o livro publicado. “Ele queria muito ver o livro e nós também queríamos muito que fosse publicado. Fizemos acontecer, embora tarde, mas conseguimos”, refere a O MIRANTE a vereadora com o pelouro da Cultura, Elvira Sequeira, que marcou presença na apresentação do livro, à qual não faltaram dois dos três filhos do autor. Tal como este, também muitas das pessoas entrevistadas para o livro já faleceram.
Questionada pelo nosso jornal, Elvira Sequeira diz desconhecer o motivo pelo qual a edição do livro esteve tantos anos parada, referindo apenas que a ideia com que ficou é que “não havia muito interesse na sua publicação”. No entanto, sublinha, foi com o actual presidente, Pedro Ferreira, que tudo mudou. “Ele queria muito que o livro saísse e eu peguei no processo. Contactei o António Lúcio e começámos a trabalhar no livro”, afirma.
Voltar a pegar num livro sobre o concelho escrito há mais de 20 anos implicou, explica a vereadora, uma revisão intensiva com necessidade de actualizações, nomeadamente ao nível fotográfico, para que ainda fizesse sentido a sua publicação. De mais de 1.500 páginas, a obra final ficou com pouco mais de 700 que retratam as vivências, tradições e identidade da grande maioria das aldeias do concelho de Torres Novas. Nada mais, garante a vereadora, foi pago ao escritor - além do inicialmente contratualizado - que aceitou de bom grado trabalhar na revisão. Quanto à edição, sublinha, foi feita pelos serviços do município.
António Lúcio Vieira, natural de Alcanena mas a residir em Torres Novas foi dramaturgo, encenador, argumentista, poeta e jornalista no jornal O Almonda. Nascido em 1942, morreu a 4 de Junho de 2020.