Convento de São Francisco em Santarém recebeu gala com os melhores atletas de ginástica do país
Num ano histórico para a ginástica portuguesa, a Gala Anual da Federação de Ginástica de Portugal premiou atletas, clubes e personalidades, destacando o impacto do esforço colectivo e o potencial das futuras gerações.
O Convento de São Francisco, em Santarém, foi palco da prestigiada Gala Anual da Federação de Ginástica de Portugal, um evento que reuniu atletas, treinadores, dirigentes e personalidades que têm contribuído para o crescimento da ginástica nacional. O evento decorreu no dia 24 de Novembro e celebrou o esforço e as conquistas da modalidade, que vive um momento histórico em 2024, o ano olímpico que trouxe os melhores resultados de sempre. Para Luís Arriais, presidente da federação, a gala foi um momento especial para conhecer o trabalho, o esforço e a dedicação de todo aqueles que ao longo deste ano contribuíram para fazer a ginástica portuguesa uma referência do desporto nacional e internacional. “Celebramos 2024 como um ano de conquistas. Olhamos para o futuro com esperança, num momento em que o número de filiados cresceu 17%, atingindo os 25.661, o maior número da história da federação”, realçou.
A força da ginástica na região
Com 28 anos, Ingrid Maior, de Salvaterra de Magos, cresceu numa família de atletas. “Comecei desde pequenina porque os meus pais são atletas e é algo que passou de geração em geração”, conta a O MIRANTE a ginasta antes de iniciar a cerimónia. Ingrid Maior treina cinco dias por semana, muitas vezes em sessões duplas, dedicando-se ao máximo para alcançar o seu grande sonho que é representar Portugal nos Jogos Olímpicos. “Luto muito por isso, mas o maior desafio é superar problemas do passado e ser resiliente”, afirma. Com o foco na ginástica como profissão, Ingrid destaca o espaço de treino em Salvaterra de Magos, com excelentes condições, e afirma ser um factor que destaca como essencial para o seu desenvolvimento. Realça também o papel do treinador, apesar “de ele ser muito exigente, mas isso é bom, porque nos empurra a ir mais longe”. A ginasta acredita que o crescimento da ginástica no distrito é positivo, mas sublinha a importância de preparar as futuras gerações. “Nós, atletas que estamos num certo patamar, não vamos ficar cá para sempre. É bom ver a próxima geração a chegar, a gostar da ginástica e a dar continuidade. É gratificante”, vinca.
Inês Correia, de 14 anos, começou a praticar ginástica ainda muito nova, movida pela energia inesgotável que os pais tentaram canalizar. “Eles meteram-me porque eu tinha muita energia, e acabei por gostar e ficar”, explica a O MIRANTE a jovem ginasta de Santo Estêvão. Actualmente, treina duas horas por dia, de segunda a sexta, enquanto concilia os treinos com o 10.º ano de Economia. O seu maior objectivo é subir ao pódio no duplo mini-trampolim no campeonato do mundo e melhorar no trampolim. No entanto, reconhece que alcançar a precisão no trampolim é um dos seus maiores desafios. Inês Correia também elogia as condições do espaço de treino e o apoio que recebe: “o treinador tem muita paciência comigo, e isso faz toda a diferença, não podia estar mais contente”, revela. Para a ginasta, o crescimento da ginástica em Portugal é evidente. “O país tem mostrado que não é pequeno. Temos muitos ginastas de qualidade, e certamente virão muitos mais, e acho que a ginástica na nossa região ainda vai crescer muito”, reflecte, com optimismo. Apesar de estarem em momentos diferentes das suas trajectórias, Ingrid Maior e Inês Correia compartilham a mesma dedicação à ginástica e a visão de que a modalidade em Portugal está em ascensão. Ambas representam não só o presente da ginástica no distrito de Santarém, mas também uma esperança para o futuro, que inspira novas gerações a seguirem os seus passos.