Cultura | 01-12-2024 18:00

Centenária Sociedade Recreativa Operária de Santarém ajuda a dar vida ao centro histórico

Centenária Sociedade Recreativa Operária de Santarém ajuda a dar vida ao centro histórico
André Gomes lidera a SRO de Santarém, esta que é a mais antiga associação da cidade em funcionamento ininterrupto

A centenária Sociedade Recreativa Operária de Santarém vai ajudando a dar vida ao centro histórico da cidade, dinamizando um conjunto de actividades, e é também uma porta aberta à comunidade imigrante. O presidente da associação, médico de saúde pública e activista político, equilibra os três papéis em prol do interesse colectivo.

Com uma vida marcada pelo compromisso com a comunidade, André Gomes, aos 33 anos, divide a sua actuação entre o dirigismo associativo, a medicina de saúde pública e o activismo político. O novo presidente da centenária Sociedade Recreativa Operária (SRO) de Santarém, dedica-se a manter viva e relevante uma associação que é parte importante da história cultural da cidade. Paralelamente, o jovem exerce medicina no Alto Alentejo, onde trabalha como delegado de saúde e coordenador de saúde pública para o distrito de Portalegre, unindo a paixão pela saúde e o desejo de cuidar das comunidades. Como militante do Partido Comunista Português (PCP), também já representou a CDU em eleições locais e foi autarca na Assembleia Municipal de Santarém, reflectindo o compromisso com os valores sociais e políticos que defende.

A SRO e o compromisso com a comunidade
A SRO, fundada em 1915, segue activa e inovadora sob a gestão de uma equipa comprometida em manter a tradição e diversificar as suas actividades. André Gomes, o actual presidente, garante que a SRO é a mais antiga associação da cidade em funcionamento ininterrupto, o que vê como uma grande responsabilidade. Com raízes profundas na história local, a SRO foi um refúgio importante durante a ditadura, servindo como espaço para a educação e de convívio para os trabalhadores.
André Gomes vê na preservação e modernização da associação uma grande responsabilidade e missão de vida. “Queremos que seja uma associação do presente, conectada com o passado, mas com foco nas necessidades e interesses da comunidade actual e futura”, explica. Desde que assumiu a presidência, e após oito anos de envolvimento na equipa de gestão, o dirigente impulsionou diversas actividades para atrair novos públicos. Criou uma escola de artes, que oferece aulas de piano, canto, guitarra, violino, dança contemporânea e pintura, fomentando o talento local e dando oportunidades aos jovens. Além disso, conta com uma vertente desportiva, incluindo equipas de corrida e trail, aulas de karaté e pilates.
Para André Gomes, é essencial manter um equilíbrio entre as actividades tradicionais e inovadoras para conquistar públicos diversificados. A SRO também realiza eventos culturais e temáticos, incluindo jantares internacionais e exposições culturais. “Tivemos um jantar marroquino e uma exposição de fotografias de Marrocos, o que trouxe uma experiência multicultural para a nossa comunidade”, conta.
No âmbito das actividades, André e a equipa implementaram homenagens a antigos dirigentes da associação, resgatando e valorizando a história da SRO. “Queremos que as pessoas vejam a associação como a nossa associação, que durante décadas foi vista como uma casa onde muitos aprenderam a ler, a conviver e a expressar-se culturalmente”, ressalta.

Um espaço inclusivo aberto a outras culturas e tradições
Numa vertente de inclusão cultural, a SRO acolhe mensalmente grupos de migrantes, como a comunidade hindu e do sikhismo, que utilizam o salão da associação para as suas práticas religiosas. André Gomes explica que esse espaço é um gesto de boa-vontade e abertura a outras culturas. Durante esses encontros, a equipa do bar da associação oferece um almoço comunitário aos participantes, promovendo um momento de convívio e integração.
Sobre o legado que quer deixar, o presidente espera que a associação permaneça viva e relevante para a cidade, mesmo com os desafios que as associações enfrentam no mundo moderno. “Gostaria de deixar a SRO num estado ainda melhor do que a encontrei, com uma base sólida que permita que as futuras direções continuem esse trabalho”, diz. O presidente menciona que um dos projectos ambiciosos da associação é expandir a presença na Feira Medieval de Santarém, introduzindo um espaço que represente diferentes culturas, incluindo elementos marroquinos.

Experiência política é útil no associativismo

André Gomes já foi candidato pela CDU à Câmara de Santarém e acumulou experiência como deputado municipal e intermunicipal. Menciona o conhecimento profundo que adquiriu do concelho e das necessidades da população ao se aproximar dos cidadãos, o que continua a influenciar o seu trabalho no associativismo. O percurso político aprimorou as suas capacidades de gestão, liderança e negociação, todas essenciais na presidência da SRO. Actualmente, colabora com a CDU no distrito de Portalegre, mas acredita que o trabalho político vai além de mandatos: “A minha acção política está em tudo o que faço, seja na SRO, na medicina, na defesa dos trabalhadores, porque o meu trabalho não cessa com o fim de um mandato”.

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