Cultura | 29-12-2024 07:00

Telma Santos é a primeira mulher presidente do Vespa Clube de Fátima

Telma Santos é a primeira mulher presidente do Vespa Clube de Fátima
André Pereira, Telma Santos e David Fialho

Com mais de 21 anos de existência, o Vespinga – Vespa Clube de Fátima tem desde Fevereiro de 2024 uma mulher como presidente. Telma Santos é a primeira mulher a assumir o cargo de presidente do clube. Diz que se sente orgulhosa do trabalho realizado e que é a prova de que uma mulher também consegue dirigir um clube de fãs das duas rodas.

O Vespinga – Vespa Clube de Fátima é um dos mais importantes grupos de Vespas em Portugal. O grupo de entusiastas da emblemática mota italiana conta actualmente com mais de 400 sócios. Desde Fevereiro de 2024 que o clube tem como presidente Telma Santos, 37 anos, a primeira mulher a assumir essas funções na colectividade. O MIRANTE visitou a sede do clube, localizada na antiga escola primária de Fátima, e conversou com Telma Santos, André Pereira e David Fialho, três dos sócios mais antigos.
Telma Santos é de São Mamede, mas mora em Fátima há mais de 10 anos. Entrou para o Vespinga há 14 anos porque acompanhava o namorado, que era sócio, nas actividades do clube. Conta que foi a uma actividade onde os participantes andavam nas Vespas vestidos à antiga e pensou que no ano seguinte também tinha que participar. Depois foi a uma concentração no Cartaxo e disse que queria fazer parte do grupo para vestir os coletes que os elementos do grupo vestiam. No ano seguinte ofereceram-lhe a inscrição e foi assim que se tornou Vespinga.
Aprendeu a andar de Vespa no clube, mas só tem uma mota sua desde que se tornou presidente. “Era uma coisa que queria há algum tempo, ter uma Vespa só minha. Acabava por não participar em alguns eventos devido a isso, então, quando me tornei presidente, decidi que tinha que comprar uma”, explica. Agora anda quase sempre de Vespa, com excepção dos dias de chuva ou muito frio. “É uma liberdade enorme”, sublinha. Telma Santos trabalha num centro de dia em São Mamede, cuidando de idosos há seis anos. “Gosto muito da profissão que tenho, sinto-me muito bem a fazer o que faço”, garante.
Em Fevereiro deste ano, Telma Santos tornou-se presidente do Vespinga. Conta que a ideia de ser presidente surgiu na concentração anual do clube. “Estava-se a falar sobre quem ia assumir a presidência do clube e disseram que podia ser eu, visto que nunca tinha existido uma mulher presidente no clube. Achei descabido, mas disseram-me que se havia mulher que tinha capacidade para isso era eu”, explica. Telma Santos decidiu candidatar-se e assume que não se arrepende de o ter feito. “Sinto-me muito orgulhosa de ser a primeira mulher presidente deste clube”, confessa. O clube é maioritariamente composto por homens, mas a presidente garante que se sente bem no meio de tantos homens. “Eles tratam-me bem, ouvem e respeitam sempre aquilo que digo. Costumo dizer que sou a prova de que uma mulher também consegue dirigir um clube de motas, porque normalmente são homens que estão à frente destes clubes”, sublinha.

Vespinga é um clube com história
O Vespa Clube de Fátima nasceu em 2003 pelas mãos de quatro amigos que partilhavam o gosto pelas Vespas. O grupo cresceu exponencialmente, sendo hoje um dos principais grupos de Vespas a nível nacional, organizando diversas actividades ao longo do ano. Um dos focos é a solidariedade. Promovem campanhas de angariação de bens para oferecer a centros de dia. Todos os anos oferecem 500 euros em combustível aos bombeiros, visitam escolas para entregar presentes, entre outras iniciativas.
O clube tem como sede a antiga escola primária de Fátima. O espaço foi cedido ao grupo há 15 anos. Passaram de encontros num restaurante para uma sede onde há espaço para grandes convívios, almoços e concentrações. Ao longo dos mais de 21 anos de existência são muitas as histórias que o Vespinga guarda. Em conversa com O MIRANTE, André Pereira, 38 anos, e David Fialho, 47 anos, ex-presidentes do grupo, contam que a história mais marcante foi a possibilidade de o grupo organizar, em 2010, o Vespa World Days, o maior encontro de grupos de vespas a nível mundial. O sucesso foi enorme e inédito porque nunca tinha acontecido o evento ser organizado por um grupo local.
Desde essa data que o grupo ganhou dimensão a nível nacional e internacional. Outras histórias que recordam são as viagens mais longas que fizeram ao volante das Vespas, como a viagem a Londres feita exclusivamente com Vespas antigas, ou o passeio a Itália. “Nessa viagem houve muitos contratempos, acidentes graves, pessoas que foram para o hospital, mas nunca desistimos, chegámos lá”, contam bem-dispostos.

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