Universidade Sénior do concelho de Benavente é aprendizagem, arte e convívio
Olívia Catarino, Norberto Lopes Catarino e Maria Isilda Pereira são exemplos de quem encontrou na Universidade Sénior do concelho de Benavente uma forma de combater o isolamento, manter a actividade e acrescentar conhecimento.
Envelhecer não é sinónimo de parar, mas sim de reinventar. Na Universidade Sénior do concelho de Benavente, dezenas de alunos encontram na aprendizagem, na arte e no convívio uma nova forma de viver, repleta de vitalidade e propósito. À margem do 16.º aniversário da instituição, comemorado com uma gala no Centro Cultural de Samora Correia, O MIRANTE faz emergir histórias de resiliência, superação e alegria, protagonizadas por quem decidiu transformar o tempo em novas oportunidades.
Olívia Catarino, de 77 anos, é natural de Alverca, mas vive com o marido em Samora Correia há cerca de três anos para estar mais perto da filha. Frequentadora assídua da universidade sénior, encontra nas aulas e actividades uma forma de manter a mente e o corpo activos. “Serve para passar o tempo, conviver e evitar o hábito de ficar em casa. Embora haja sempre muito que fazer, como o almoço dos netos, a universidade sénior ajuda-me a não ficar muito tempo sentada”, explica.
Entre as várias disciplinas que frequenta, como História de Portugal, História de Arte, Pilates, Dança e Movimento e Bordados, destaca a aprendizagem em História de Arte, onde um professor arquitecto aposentado partilha conhecimentos que considera “muito enriquecedores”. A septuagenária aprecia também o ambiente da cidade. “Moramos perto do Centro Cultural e costumamos ir a muitos espectáculos. Esta é uma cidade onde se vive com alguma calma e ainda se consegue uma ligação com o mundo rural”, sublinha.
Norberto Lopes Catarino, de 76 anos, é marido de Olívia e encontrou no teatro da universidade sénior a sua grande paixão. “Participei logo nas peças de teatro. Já fizemos várias apresentações e fomos a muitos sítios. Gostava muito que houvesse também música, pois é outra coisa que adoro”, confessa O MIRANTE. Após 43 anos de trabalho num laboratório de produtos químicos, viu na universidade sénior uma oportunidade para combater o sedentarismo. “Sou uma pessoa muito activa, era impossível ficar parado. A universidade sénior ajudou-me a manter a mente ocupada e sinto que rejuvenesço em muitas coisas”, refere, deixando uma mensagem de incentivo: “as pessoas não devem ficar paradas em casa. Venham para a universidade sénior. É um espaço para estar activo e feliz”.
Maria Isilda Pereira, de 79 anos, nasceu e cresceu em Samora Correia, onde trabalhou como costureira. Foi uma das primeiras alunas da universidade sénior sob orientação do professor Domingos Lobo, mas acabou por abandonar as actividades para cuidar da casa e do marido. Após ficar viúva, há cinco anos, voltou por insistência da filha. “Isolava-me muito em casa, e a minha filha insistiu para que regressasse. Desde que perdi o meu marido que têm sido anos dolorosos, mas agora, ao estar com os meus amigos maravilhosos, a minha cabeça consegue esquecer um pouco os problemas”, partilhou emocionada. Maria Isilda destaca o impacto das várias actividades que frequenta, como dança e ginástica. “O meu cérebro já não pensa noutra coisa senão nas actividades que faço aqui”, conclui.
Gala assinalou 16º aniversário do projecto
A Universidade Sénior do Concelho de Benavente (USCB) celebrou, dia 10 de Janeiro, o seu 16.º aniversário com uma gala comemorativa no Centro Cultural de Samora Correia. A iniciativa começou com a inauguração de uma exposição colectiva na galeria do Centro Cultural de Samora Correia, onde foram apresentados trabalhos artísticos elaborados por professores e alunos da instituição.
Seguiu-se a gala comemorativa que trouxe ao palco um leque variado de actuações, incluindo música, teatro, dança, poesia e ginástica. As performances arrancaram aplausos da plateia, num ambiente que celebrou o talento e a vitalidade dos participantes.