Ocupação do Palácio do Sobralinho pela Companhia Inestética gera queixas
Coligação Nova Geração e CDU exigem que o palácio possa também ser usado pela comunidade e não apenas pela companhia de teatro de Alexandre Lyra Leite. Dos 149 dias em que o palácio vai ser usado este ano 125 serão pela Inestética.
A companhia de teatro Inestética, cuja residência artística é no Palácio do Sobralinho, um equipamento da Câmara de Vila Franca de Xira, tem sido quem mais tem ocupado o espaço e, com isso, impedido que alguns moradores que requisitam o palácio para nele realizar eventos ou casamentos vejam os seus pedidos recusados, em particular nos meses de verão.
A queixa foi deixada pelos vereadores da coligação Nova Geração em reunião de câmara, durante a aprovação da proposta de utilização do palácio para 2025, em que dos 41 pedidos de utilização do palácio que deram entrada na câmara, 30 são da Inestética e alguns dos pedidos da comunidade foram recusados por colidir com datas em que a companhia vai estar a usar o palácio. Ou seja, pelas contas da coligação, dos 149 dias parciais ou totais permitidos para utilização do espaço, 125 estão reservados para a associação cultural.
David Pato Ferreira, da Nova Geração (PSD/PPM/MPT) já tinha lamentado que muitas vezes os cidadãos e até as juntas de freguesia peçam ao município para usar o palácio e, por causa do espaço estar ocupado pela Inestética, muitos pedidos sejam recusados. “Tudo somado a Inestética usa a quinta durante 4 meses consecutivos e com isso impede o uso do torreão e tem sempre sido dada prioridade à associação relegando para segundo plano os pedidos de munícipes que ainda aguardam resposta”, lamenta o autarca, considerando não estar contra o trabalho desenvolvido pela associação mas sim a forma como a Câmara de Vila Franca de Xira gere a ocupação do espaço.
“Os serviços da câmara dizem-nos para termos cuidado com este pedido de utilização da Inestética, que é excessivo e limita a utilização para outros fins e outras pessoas e em cima disto o presidente da câmara emite um despacho a ir contra o que os serviços nos dizem. Há pessoas a querer alugar o palácio e não podem”, criticou o autarca, avisando que a câmara não pode permitir que uma instituição, “sob a capa da dinamização cultural do palácio, se arrogue como dona quase em exclusivo da utilização deste equipamento municipal”, critica David Pato Ferreira.