Filarmónica de Mação mantém vivo o legado de 163 anos
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Em 2025 a Sociedade Filarmónica União Maçaense celebra 163 anos. Quem anda pelos corredores da sede da colectividade não fica indiferente ao longo legado e a uma vida repleta de memórias e de espírito de camaradagem. Sandra Alexandre é a actual presidente da associação que tem cerca de duas centenas de sócios.
A um dia da Sociedade Filarmónica União Maçaense (SFUM) celebrar 163 anos (1 de Fevereiro), todos os músicos, funcionários e elementos da direcção reúnem-se na sede da colectividade para finalizar os preparativos do concerto de aniversário. Quem anda pela instalações não fica indiferente ao ambiente de familiaridade e ao espírito de camaradagem entre todos, assim como ao longo legado da colectividade que preserva a memória dos seus antigos presidentes com fotografias nas paredes da sala principal.
O MIRANTE acompanhou um ensaio da banda e conversou com a actual presidente da direcção, Sandra Alexandre, sobre a importância da colectividade no concelho e os principais factores que contribuem para a sua longevidade. A dirigente não hesita na resposta: “dedicação e empenho de todos os directores, músicos e maestros são o motivo para que este projecto continue a ser uma referência”, refere.
Sandra Alexandre está no cargo há mais de três anos e não esconde o orgulho que tem em dirigir uma associação centenária que tem contribuído para a formação pessoal e profissional de centenas de pessoas. A dirigente fala da “grande paixão e respeito pela associação da sua terra”, lembrando que, quando era mais nova, via passar pela janela da sua casa os músicos da banda e ficava sempre com um sorriso no rosto. A Filarmónica de Mação é composta actualmente por mais de três dezenas músicos, sendo um dos objectivos da direcção reter os elementos mais jovens. Apesar da SFUM ter uma escola de música que cativa jovens a integrar a banda, muitos deles quando vão para a universidade deixam de poder viver o dia-a-dia da colectividade, refere Sandra Alexandre ao nosso jornal. Contudo, nos últimos anos a presidente tem trabalhado, juntamente com a sua equipa, para mudar essa tendência. “Há sempre tempo para fazer o que gostamos, é tudo uma questão de coordenação. A paixão move montanhas”, sublinha.
A banda que é uma família
No dia do ensaio geral de preparação para o concerto de aniversário o ambiente na sede da Sociedade era de festa. Fazer parte da Banda é como pertencer, a uma segunda família afirma Inês Ferreira, um dos elementos mais jovens da Filarmónica. A saxofonista de 17 anos entrou para a banda em 2020 e afirma que não podia ter feito melhor escolha, apesar de não planear fazer da sua profissão a música. “A música ajuda-me a abstrair dos problemas. É o meu porto seguro. Nesta banda sinto-me em casa e acolhida por todos”, salienta. No caso de Duarte Nicolau, que faz parte da banda desde 2015, a música foi uma forma de “perder a timidez”, para além de o ajudar a aliviar o stress e a expressar melhor as suas emoções.
Os dias de preparação para os grandes eventos são sempre atarefados. Um desses eventos realiza-se já no dia 15 de Fevereiro, onde a banda vai participar nas Comemorações dos 300 Anos do Padre António Pereira de Figueiredo de Nascimento, natural de Mação, seguindo-se depois as festividades da Páscoa e das comemorações do 25 de Abril. Relativamente ao futuro, Sandra Alexandre afirma que será risonho, uma vez que todos trabalham para que a comunidade de Mação sinta orgulho na colectividade mais antiga do concelho.