Porto Alto a trote reafirma-se como ponto de encontro equestre
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Na sua sexta edição, o passeio equestre do Porto Alto voltou a reunir cavaleiros e entusiastas da equitação, reforçando o papel da região como um bastião do cavalo e da equitação.
O passeio equestre do Porto Alto, na sua sexta edição, voltou a atrair amantes do cavalo de diversas regiões do país, reafirmando a sua relevância no panorama das actividades equestres ribatejanas. Entre os participantes, Paulo Amor dos Santos, engenheiro mecânico e entusiasta da equitação, sublinhou a importância destas iniciativas para a preparação dos cavalos. Para ele, o cavalo não deve apenas permanecer nos estábulos ou no campo, mas sim manter-se activo e em condições para percorrer longas distâncias, como as romarias que podem atingir os 150 quilómetros. Tal como os humanos necessitam de treino para uma maratona, também os cavalos requerem um desenvolvimento físico adequado, afirma. A residir perto de Samora Correia participou no passeio com a sua companheira Maria Santos. Paulo trabalha numa empresa farmacêutica em Loures, mas é na região ribatejana que relaxa e desfruta do tempo livre.
O Ribatejo, com as suas planícies e vastas pastagens, continua a ser um dos locais privilegiados para a criação e prática da equitação. Paulo Amor dos Santos destacou ainda as diferenças entre a tradição equestre ribatejana e a de outras zonas do país, como o Oeste, referindo que estas distinções são visíveis tanto no estilo de montar como no traje típico. A existência de escolas de equitação em localidades como Benavente e Samora Correia também desempenham um papel essencial na formação de novas gerações de cavaleiros.
O passeio do Porto Alto atrai há vários anos cavaleiros vindos de diferentes pontos do país. Manuel Vitorino, um dos participantes regulares, não esconde a sua paixão pela arte equestre. Tudo o que envolve cavalos o entusiasma, refere o escalabitano que faz quilómetros para participar em eventos onde se sente bem. Natural e residente em Santarém, lamenta, no entanto, a falta de dinamização desta tradição na sua terra natal. “Tenho tentado promover iniciativas, mas tem sido impossível”, desabafou.
Nuno Cardoso, membro da Comissão de Festas do Porto Alto, realçou a crescente adesão ao passeio equestre, justificando que as pessoas gostam de vir ao Porto Alto. “Recebemos bem e disponibilizamos as condições necessárias para o evento”, disse. Apesar do entusiasmo, reconhece que a equitação continua a ser um desporto dispendioso e que no quotidiano, as pessoas fazem contas à vida e, entre optar por ter um cavalo ou pagar a escola dos filhos e a renda da casa, o cavalo espera.
A sexta edição do Passeio a Cavalo, organizado pela Comissão de Festas local para angariar fundos para os eventos que promove, reuniu perto de duas centenas de participantes, entre os quais 120 inscritos a cavalo e 70 acompanhantes que seguiram o percurso em charretes e tractores.
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