Quadros de Santiago Belacqua e Catarina Centeno numa exposição em Almeirim

Santiago Belacqua foi o primeiro português a expor no Vaticano e as suas obras estarão ao lado das da pintora da Chamusca, Catarina Centeno, em exibição no átrio da Biblioteca Municipal de Almeirim.
“Nem um dia sem um risco” é uma exposição da pintora da Chamusca, Catarina Centeno, com a contribuição do primeiro artista português a expor no Vaticano, Santiago Belacqua. A exposição estará no átrio da Biblioteca Municipal de Almeirim de 21 de Fevereiro a 20 de Março. Catarina Centeno nasceu com o dom do desenho e pintura e durante anos guardou os seus trabalhos para si. O talento nunca passou despercebido a familiares e amigos e quando aceitou participar numa exposição nas Festas do Império do Divino Espírito Santo, em Alenquer, vários artistas interessaram-se pelo seu trabalho, inclusive Santiago Belacqua.
O MIRANTE esteve nos aposentos da pintora em Novembro de 2023. Em criança, Catarina Centeno desenhava nas laterais das gavetas e depois fechava-as para ninguém ver. Aos quatro anos copiava o boneco da Michelin dos jornais que o pai comprava e foi aí que a mãe, com jeito para o desenho e pintura, e o pai, que fazia alguns esboços de desenhos e figuras humanas, se aperceberam do talento. Depois dos trabalhos de casa colocavam uma mesa no quintal e desenhavam e pintavam as personagens dos livros infantis.
No ensino secundário fazia retratos dos colegas a carvão e algumas caricaturas. Seguiu Línguas e Humanidades por falta de opção das artes e tirou o curso de educadora de infância. Concilia as duas vertentes e tenta incutir nas crianças a sensibilidade e importância das artes, colocando-as a mexer em materiais e a dar asas à imaginação.
Catarina Centeno pinta arte cristã e os seus trabalhos correm mundo. O Sopro de Deus esteve em Cittadella e Veneza, em Itália, e um desenho seu no Congresso Mundial da Paz Ada Aharon, em São Paulo, no Brasil. Em 2023 proporcionou-se a primeira Bienal de Arte Cristã, em Lisboa, durante a Jornada Mundial da Juventude. A artista foi catequista e esteve ligada a grupos de jovens católicos. “Preocupa-me a falta de paz e a pouca tolerância. Se não somos tolerantes não conseguimos ter uma perspectiva de ajuda, não damos tempo aos outros para se mostrarem nas suas diversidades nem a nós mesmos. A arte dá-me a paz interior”, sublinhava.