Cultura | 17-03-2025 15:00

Associação das Fontainhas e Grainho é um exemplo de união e associativismo

Associação das Fontainhas e Grainho é um exemplo de união e associativismo
Escola de Karaté da colectividade conta actualmente com 30 alunos

O Centro Cultural e Recreativo de Fontainhas e Grainho é o ponto de encontro para os habitantes destes lugares situados nos arredores da cidade de Santarém. Há meio século que o lema da colectividade é “servir a comunidade”.

Desde 1975 que o Centro Cultural e Recreativa das Fontainhas e Grainho mantém vivo o convívio entre a população e a prática de tradições antigas, como o jogo do chinquilho. Fundada a 8 de Março, a colectividade surgiu no apogeu do associativismo, após o 25 de Abril, em que o movimento associativo funcionava maioritariamente por carolice e amor à terra. Jorge Oliveira, de 62 anos, faz parte da associação desde a adolescência e actualmente é o presidente da assembleia-geral, tendo ao longo dos anos passado por vários cargos, incluindo o de presidente da direcção. Cresceu nas Fontainhas e afirma que a associação surgiu da vontade da população em conviver e reunir-se após o trabalho. “Na época, os principais eventos que organizávamos eram bailes de Carnaval e depois começou a haver mais actividades ao longo do ano. As pessoas tinham muita vontade de conviver depois de vários anos oprimidas pela ditadura”, refere a O MIRANTE, acrescentando: “na altura até casamentos e baptizados fizemos”, conta, com um sorriso.
Entre as várias actividades e conquistas dos últimos 50 anos, Jorge Oliveira afirma que se orgulha muito do percurso do Rancho Folclórico e do crescimento da Escola de Karaté. No entanto, sublinha, a conquista mais gratificante é o facto da colectividade ainda ser um ponto de encontro para os habitantes do bairro. Com gastos mensais na ordem dos 800 euros, o dirigente ressalta que o suporte das actividades é assegurado pelos lucros do bar da associação, onde os funcionários são os próprios dirigentes, que se voluntariam todas as noites, com algum sacrifício, mas com “muita vontade de ajudar a causa”. A associação também tem como missão preservar a prática de diferentes jogos tradicionais, como o chinquilho, sendo o desejo dos dirigentes expandir e melhorar as infraestruturas da sede, para que no futuro possam acolher mais actividades e iniciativas.

Preservação de tradições e aposta em modalidades
Um dos objectivos da associação é manter viva tradições antigas, como a prática do jogo tradicional do chinquilho. Jorge Oliveira afirma que, apesar de a maior parte dos praticantes serem pessoas mais velhas, também já há jovens que descobriram e praticam o jogo. O dirigente relembra que antigamente eram realizados vários torneios, mas que actualmente a associação das Fontainhas é das poucas que ainda pratica a modalidade na região. Este ano, em celebração do 50º aniversário, Jorge Oliveira adianta que está a ser planeado um novo torneio, com a participação de várias colectividades e localidades da região.
Com os olhos postos no futuro, a associação fundou há cerca de cinco anos a Escola de Karaté das Fontainhas, que tem actualmente cerca de 30 alunos. Sílvia Duarte, de 37 anos, é professora da escola e uma das fundadoras do projecto, tendo ingressado na modalidade há 31 anos. “Já ensinei em várias escolas do distrito e como vivo nas Fontainhas há 11 anos propus criar uma escola de karaté”, conta. Natural de Santarém, salienta que um dos objectivos da escola é incentivar a actividade física e afirma que representar a associação das Fontainhas é um orgulho, pois todos os funcionários e dirigentes esforçam-se para ajudar. “Nunca ouvimos um não e todos trabalhamos em conjunto para melhorar e fazer as coisas acontecerem. Este é realmente o espírito da associação e da nossa escola”, vinca.

Jorge Oliveira preside assembleia-geral da associação

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