Aprender sobre a vida aquática no Fluviário Foz do Zêzere em Constância

Fundado em 2019, o Fluviário Foz do Zêzere oferece actividades pedagógicas ligadas à vida aquática do rio Zêzere e diversas actividades desportivas. Principal missão do espaço é oferecer a melhor experiência possível e valorizar o património natural da região ribatejana.
Erguido na margem direita do rio Zêzere, o Fluviário Foz do Zêzere nasceu da vontade de Gonçalo Neves, de 51 anos, proprietário da empresa de animação turística e de lazer, Aventur. Com o princípio de oferecer actividades desportivas e turísticas, o torrejano decidiu complementar a Aventur com um espaço focado em actividades pedagógicas sobre os rios Zêzere e Tejo. O Fluviário alberga cerca de 15 tanques e pretende dar a conhecer a fauna piscícola dos rios, tanto as espécies autóctones como as invasoras, e acolhe também a maior parte das actividades desportivas e de lazer realizadas pela Aventur. “O edifício onde está localizado o fluviário era um espaço devoluto que tivemos de requalificar e a ideia foi acolher as actividades desportivas que já fazíamos e complementar esses serviços com outra vertente que trouxesse valor ao turismo da região e educasse as crianças sobre a biodiversidade. Chama-se fluviário, mas é muito mais do que isso”, explica a O MIRANTE Gonçalo Neves.
Para além das actividades náuticas e pedagógicas, o espaço realiza também eventos para empresas e actividades de lazer e restauração, onde as pessoas podem relaxar e passar o dia à beira do rio Zêzere. Na vertente educativa, o espaço tem também uma barragem, com capacidade para dois mil litros de água, onde as crianças podem experimentar e ver como funciona a produção da electricidade. Existe ainda um espaço para a prática de prospecção de ouro que, segundo Gonçalo Neves, está ligada a práticas antigas do concelho de Constância.
Sublinhando que o futuro está em “vender o que é real”, Gonçalo Neves afirma que o objectivo do Fluviário é oferecer a melhor experiência possível e valorizar o património natural da região, fomentando também a economia local. “Temos parcerias com alguns restaurantes da região, em que direccionamos alguns grupos para almoçar nos seus espaços. Os nossos colaboradores e monitores são da zona de Constância e da Barquinha, portanto mexemos com a economia deste território”, refere. O espaço recebe mais de sete mil pessoas por ano só nas actividades de canoagem. Na vertente educativa recebem cerca de três mil crianças, sendo todas as visitas ao fluviário guiadas por um biólogo e todas as actividades desportivas monitorizadas por instrutores credenciados.
Adversidades e projectos para o futuro
Cerca de sete meses depois de abrir, o Fluviário teve de fechar portas por causa da pandemia, um prejuízo financeiro que até hoje não recuperou. Actualmente surgiu uma nova adversidade, com a ameaça de ser construído um novo açude no rio Tejo, afirmando Gonçalo Neves que as actividades de canoagem são as mais afectadas, com a perda do percurso mais famoso entre Constância e Vila Nova da Barquinha. O percurso é o mais fácil e atractivo a nível turístico por causa da passagem pelo Castelo de Almourol. “A criação de um novo açude vai empobrecer o rio e é uma agressão ao ecossistema. Não há outra forma de falar. Empobrece as pessoas que vivem do rio, como a animação turística e os pescadores, e empobrece Constância e Vila Nova da Barquinha”, lamenta.
Apesar das adversidades constantes a empresa quer continuar a crescer, tendo como objectivos futuros consolidar a qualidade das actividades desportivas, colocar um novo tanque com peixes não autóctones, onde as crianças possam entrar dentro de água e conviver com os animais, e abrir um espaço exterior para anfíbios e cágados do Tejo.