Ribatejo e Estremadura inspiram obra onde a literatura desenha o território

A literatura enquanto espelho do território e semente de consciência ambiental. A ideia percorre as páginas do livro "Ribatejo e Estremadura - Imagens do ambiente natural e humano na literatura de ficção", apresentado a 5 de Abril no Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira.
O Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, recebeu sábado, dia 5 de Abril, a apresentação do livro "Ribatejo e Estremadura - Imagens do ambiente natural e humano na literatura de ficção", numa sessão que pretendeu cruzar literatura, território e memória colectiva.
A obra foi apresentada por Fátima Velez de Castro, professora e investigadora da Universidade de Coimbra, numa sessão que contou com a presença das autoras – as investigadoras Ana Cristina Carvalho, Natália Constâncio, Maria da Graça Saraiva e Ana Lavrador-Silva –, bem como de António Mota Redol, filho do escritor Alves Redol, referência maior do neo-realismo português.
O livro reflecte sobre os modos de vida, expressões culturais e dinâmicas sociais destas regiões, propondo uma leitura crítica sobre o papel da literatura de ficção como repositório imaterial da paisagem humana e natural.
Em declarações a O MIRANTE, as autoras dão também pistas de como observam a actual e futura transformação dos territórios, como a proliferação de culturas agrícolas intensivas no Alentejo ou a urbanização na lezíria ribatejana, em particular com o projecto do novo aeroporto a erguer-se junto ao Rio Tejo na freguesia de Samora Correia, em pleno Ribatejo.