Cultura | 10-04-2025 11:43

Milhares de pessoas são esperadas na Semana Santa de Sardoal

Milhares de pessoas são esperadas na Semana Santa de Sardoal

Semana Santa e Festa do Espírito Santo em Sardoal foi inscrita em 2023 no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial. Decorre até ao dia 20 de Abril, domingo de Páscoa.

Milhares de pessoas são esperadas nos próximos dias no Sardoal para as celebrações da Semana Santa, uma tradição que une moradores e instituições do concelho na recriação de cenários de fé e cultura. O programa da Semana Santa do Sardoal, que decorre até 20 de Abril, apresenta as igrejas e capelas enfeitadas com pétalas de flores, com grande envolvência da comunidade, ao mesmo tempo que decorrem várias procissões, como a do Senhor da Misericórdia (ou dos Fogaréus), na noite de quinta-feira, 17 de Abril, a ser a mais participada. "É um cenário de fé e tradição que reflecte a devoção histórica desta comunidade", disse à Lusa o presidente da Câmara de Sardoal, Miguel Borges, classificando como "peças únicas" os tapetes de flores naturais que enfeitam o chão dos templos no concelho.
Segundo o autarca, são peças únicas que reflectem a devoção dos habitantes. "Cada templo é decorado por uma equipa, por uma associação ou por um grupo de habitantes que se oferece para o efeito", acrescentou. Miguel Borges adiantou que as tarefas de ornamentação das igrejas e das capelas "prolongam-se por toda a noite de quarta-feira, dia 16, envolvendo cristãos e não cristãos, jovens e gente de todas as idades", num período que une as pessoas do concelho, ficando os tapetes de flores expostos entre 17 e 20 de Abril. A Semana Santa de Sardoal, que engloba um programa complementar com exposições, concertos e outros momentos culturais, inicia com a Procissão dos Passos do Senhor, seguindo-se a dos Ramos, no domingo, dia 13, a dos Fogaréus (dia 17), e a do Enterro do Senhor (dia 18), culminando com a Procissão da Ressurreição, no domingo de Páscoa (dia 20).
“Os valores da fé e da tradição assumem nesta época características que nos diferenciam de outras comunidades e regiões porque, muito para além do religioso, são pilares da nossa história, da nossa cultura e são também referências muito fortes na população”, disse Miguel Borges, destacando “uma altura de partilha, de grande convívio e de reencontro de fé, para quem é crente, mas também reencontro das famílias e dos amigos”. Envolta em ambiente de algum misticismo, reflectido no silêncio da multidão ao longo de todo o percurso, a Procissão dos Fogaréus, que vai decorrer na quinta-feira, às 21h30, "é a manifestação religiosa de maior relevo e impacto pela multidão de pessoas que nela participam", destacou ainda Miguel Borges. Durante esta procissão, a electricidade da rede pública é desligada nas artérias por onde passa o cortejo, apenas iluminadas pela luz de velas, archotes e candeias. Centenas de lanternas de vidro são colocadas acesas nas janelas das casas, varandas e sacadas ao longo do percurso e milhares de lamparinas de azeite e cera seguem ao compasso das marchas fúnebres da Filarmónica União Sardoalense. A Irmandade da Santa Casa da Misericórdia do Sardoal conduz o cortejo envergando capas negras e os seus membros seguram painéis com imagens que representam cenas da Paixão de Cristo e grandes archotes a que chamam, pela sua antiguidade, fogaréus. Durante a Semana Santa, as ruas da vila são atapetadas com flores e verduras e nas janelas de muitas casas são penduradas colchas, criando um ambiente solene e festivo.

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