Cultura | 21-04-2025 21:00

António Mota Redol fez uma visita guiada aos locais mais emblemáticos do Neo-Realismo em VFX

António Mota Redol fez uma visita guiada aos locais mais emblemáticos do Neo-Realismo em VFX

Visita conduzida por António Mota Redol, filho de Alves Redol, passou por vários locais emblemáticos de Vila Franca de Xira e do Neo-Realismo português. Iniciativa relembrou papel da cidade no panorama literário e artístico português do século XX.

Vila Franca de Xira continua a ser a capital do Neo-Realismo em Portugal. Realizou-se no sábado, dia 12 de Abril, uma visita guiada aos locais mais emblemáticos do Neo-Realismo em Vila Franca de Xira, cidade que é considerada o berço deste importante movimento literário e artístico em Portugal. A iniciativa partiu do Museu do Neo-Realismo, que serviu de ponto de encontro para os participantes interessados em conhecer de perto os espaços marcados pela memória cultural e histórica deste movimento.
A visita teve um guia de honra, António Mota Redol, filho do escritor Alves Redol, uma das figuras centrais do movimento. Ao longo do percurso, António Redol partilhou histórias, memórias familiares e curiosidades sobre os locais visitados, oferecendo aos participantes uma perspectiva única sobre o legado do pai e da corrente literária que marcou profundamente o século XX português, continuando também a pertencer à identidade da cidade. Entre os presentes estiveram investigadores, estudantes e curiosos, todos unidos pela vontade de revisitar uma época em que a literatura e as artes serviam de denúncia social e instrumento de consciência colectiva durante o Estado Novo.
As explicações do surgimento do movimento foram sempre intercaladas com uma contextualização histórica de Vila Franca de Xira, desde a origem da população que habitava a região até outras várias histórias que correram os tempos. O primeiro ponto de referência foi o Cais de Vila Franca de Xira, zona onde nasceu o Neo-Realismo em Portugal, através de associações e tertúlias, que muitas vezes reuniam em segredo. Era também ali, junto ao rio, que embarcavam por entre as margens os avieiros, tema central de uma das obras mais aclamadas de Alves Redol. A obra do emblemático escritor foi várias vezes abordada e serviu também de fio condutor para toda a visita. O vasto conhecimento do filho do escritor, que continua a preservar o legado do pai, permitiu que os visitantes entendessem a história das várias estruturas do roteiro que, apesar do estado de abandono actualmente de algumas, fizeram parte do surgimento do Neo-Realismo.
Um dos locais da visita foi também a casa onde nasceu Álvaro Guerra, um dos “filhos” de Vila Franca que marcou a história do concelho e da cultura portuguesa durante o século XX, através do seu trabalho como diplomata, escritor e jornalista. Foi também o único autor cujo livro teve um prefácio de Alves Redol, dado que este lhe quis “passar a alternativa”, confidenciou António Mota Redol num dos momentos da visita. Álvaro Guerra emancipou sempre a sua ligação com a terra que o viu nascer e às suas tradições, em específico à tauromaquia. Durante a visita, foram sempre divulgados vários livros ligados ao Neo-Realismo, como “Operários Falam”, de Júlio Graça, outros dos autores naturais de Vila Franca e que presidiu o próprio museu entre 1998 e 2002.
O evento foi promovido com o apoio do Museu do Neo-Realismo e insere-se nas actividades que visam manter viva a memória e o espírito crítico que o movimento sempre defendeu. O museu conta com diversas exposições anuais e é um espaço que enfatiza a ligação de Vila Franca de Xira a esta corrente literária e uma loja em que é possível adquirir várias obras intemporais.

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