Cultura | 30-04-2025 13:47

Alenquer candidata Pintar e Cantar dos Reis a Património Cultural Imaterial da UNESCO

Alenquer candidata Pintar e Cantar dos Reis a Património Cultural Imaterial da UNESCO
Foto: CM ALENQUER

O ritual ancestral do Pintar e Cantar dos Reis, praticado em Alenquer, poderá vir a integrar a lista de Património Cultural Imaterial da UNESCO. A tradição, já classificada a nível nacional, cruza arte, devoção e identidade local. A candidatura foi formalizada em Março, após um extenso trabalho de investigação e recolha.

O Município de Alenquer entregou, em Março, o dossiê que formaliza a candidatura do Pintar e Cantar dos Reis a Património Cultural Imaterial da UNESCO. A tradição é Património Imaterial Nacional desde Julho de 2021 e candidata-se agora para obter reconhecimento internacional.
O primeiro passo foi dado com a classificação de Interesse Municipal a 22 de Dezembro de 2016. Outrora um ritual iniciático importante para os jovens rapazes do concelho, hoje o Pintar e Cantar dos Reis estende-se a ambos os sexos e a várias faixas etárias. Como há mais de 100 anos, os reiseiros (termo que define os praticantes da tradição) encontram-se de forma espontânea em várias localidades para abraçar e pintar uma simbologia única. Inscrições como "BF" (Boas Festas), "B.R." (Bons Reis), "V.R." (Viva a República ou Viva os Reis) ou "BRM" (Bons Reis Magos) surgem nos muros, fachadas e entradas das casas, em que predominam os tons de vermelho almagre e azul anilina, juntamente com o desenho de vasos com ramos floridos, corações ou a “Estrela do Oriente”, por exemplo. Os desenhos, elaborados com tinta e um pincel, podem representar diferentes profissões, composições do agregado familiar, estados civis, serviços, actividades recreativas, religiosas ou comerciais.

Ao mesmo tempo, um grupo, liderado por um apontador, surge mais atrás para cantar em uníssono versos inspirados em episódios bíblicos, como a viagem dos Três Reis Magos a Oriente. Neste momento claramente intimista, onde subjaz uma iconografia singular, o silêncio e a pouca luz imperam em vários momentos do ritual — seja na tradição cumprida porta a porta, seja em locais estratégicos de uma localidade.

*Notícia desenvolvida numa edição impressa de O MIRANTE

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