Cultura | 11-05-2025 15:00

As tertúlias de Vila Franca de Xira continuam a ser um ponto de convívio, cultura e tradição

As tertúlias de Vila Franca de Xira continuam a ser um ponto de convívio, cultura e tradição
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Tertúlia Os Foras & Os Bravos realizam diversas actividades ao longo do ano para promover a identidade e a cultura vilafranquense

Feira das Tertúlias realizou-se no último fim-de-semana mas a chuva veio complicar os planos e até obrigou a cancelar os espectáculos taurinos que iam encher a praça de toiros. O MIRANTE conversou com vários tertulianos sobre o papel que estas entidades têm na promoção cultural e no dinamismo da cidade ribatejana.

As tertúlias da cidade de Vila Franca de Xira são motores de dinamismo social e cultural e muitas continuam a promover iniciativas para reforçar os laços de união entre a comunidade, promover a festa brava e as tradições taurinas do concelho. No último fim-de-semana as tertúlias saíram à rua para a sexta edição da Feira das Tertúlias, realizada junto da praça de toiros, onde o mau tempo deu poucas tréguas e obrigou a cancelar algumas iniciativas.
Colóquios, debates, exposições, apresentação de livros, serões de fado, almoços e jantares de intercâmbio com tertúlias de outras regiões nacionais e até de países estrangeiros, são algumas das iniciativas que a maior parte das tertúlias vilafranquenses promovem ao longo do ano, revela a O MIRANTE Guilherme Nunes, presidente da Associação das Tertúlias Tauromáquicas do Concelho de Vila Franca de Xira, que agrega 53 destas entidades.
“As tertúlias são uma máquina cultural da cidade e conseguimos nos últimos anos reunir muitas delas em torno do projecto da associação, que também ajuda as tertúlias a promover as suas iniciativas e a falar entre si”, explica. Uma das que promove vários eventos ao longo do ano, incluindo uma festa campera, é a tertúlia Os Foras & Os Bravos, fundada em 2010 depois da fusão de duas tertúlias. Miguel Canelas e Rui Vila, dois dos rostos da tertúlia, trabalham na Exide em Castanheira do Ribatejo e dizem que o objectivo principal é promover a cultura taurina através do convívio. “Tentamos ir a todo o lado, quer no país quer fora, também recebendo tertulianos de fora, para mostrar a nossa tradição e a nossa cultura”, explicam. Ao todo a tertúlia movimenta três dezenas de pessoas mas há convívios em que aparecem 50 a 70 pessoas. “Este ano, na feira, a chuva foi um desafio mas não foi um problema, acabamos sempre por encontrar amigos e conviver”, explicam.

Lugar aos jovens
Uma das tertúlias mais jovens da cidade foi fundada em 2021, a Porta Grande, comandada por Tiago Alves, que trabalha na Câmara de Vila Franca de Xira. “Já tínhamos tido vários espaços para reunir os amigos e desde 2021 que conseguimos arranjar um espaço nosso onde conseguimos juntar várias pessoas. Somos 39 sócios e acredito que seremos uma das tertúlias com mais sócios em VFX”, diz com um sorriso.
A tertúlia já realizou colóquios e debates taurinos e mantém um leque estável de actividades ao longo do ano, mantendo porta aberta aos fins de semana para os almoços e jantares de convívio. “É importante cultivar a nossa identidade, o gosto pela nossa terra, pelos touros, a festa brava. É preciso melhorar esta relação da cidade e das suas tradições com os mais novos, a nossa identidade está a perder-se um pouco e é isso que queremos evitar, sendo uma tertúlia jovem dando o nosso exemplo de que é possível manter a história viva”, conta a O MIRANTE.

Tertúlia Porta Grande é uma das mais jovens da cidade de VFX e tem promovido colóquios e debates sobre tauromaquia
Mau tempo complicou a realização da Feira das Tertúlias organizada pela Associação das Tertúlias Tauromáquicas do Concelho de VFX

Espectáculos cancelados devido ao mau tempo

Estava tudo pronto para que esta sexta edição da feira fosse a maior de sempre mas a chuva e o mau tempo trocou as voltas à organização, obrigando a cancelar os espectáculos taurinos que estavam previstos para as tardes de sábado e domingo. “Preparámos a feira com toda a vontade de fazer uma boa iniciativa mas infelizmente o tempo não nos ajudou e isso fez com que muito público desmobilizasse”, lamenta Guilherme Nunes a O MIRANTE.
O dirigente diz que haverá certamente prejuízo mas que o valor ainda não está contabilizado. “O estado de espírito não é o melhor, foram muitas semanas e muitas horas a montar a feira, com a ajuda voluntária de duas dezenas de tertúlias, e depois o tempo prega-nos esta partida”, lamenta Guilherme Nunes. Este ano houve também um intercâmbio com tertúlias de outros sete concelhos e regiões do país, incluindo da ilha Terceira. “O sonho e a ambição é que a feira continue a fazer parte do calendário da cidade. Esta feira tem forçosamente de continuar porque é o fruto de um ano de trabalho das tertúlias”, disse.

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