Cultura | 17-05-2025 15:00

O artesanato que une Piedade Lopes e Cláudia Pratas, mãe e filha da Carregueira

O artesanato que une Piedade Lopes e Cláudia Pratas, mãe e filha da Carregueira
Piedade Lopes e Cláudia Pratas dão vida a vários tipos de peças únicas e artesanais

Na Carregueira, concelho da Chamusca, Piedade Lopes e Cláudia Pratas partilham o gosto pelo artesanato e transformam o tempo livre na produção de peças únicas. Mãe e filha criam malas, bolsas, bijuteria e artigos de bebé, através de linha e agulha e muita dedicação.

Na freguesia da Carregueira, concelho da Chamusca, há uma dupla de artesãs que utilizam o seu tempo livre para a criação de peças únicas e repletas de personalidade. Piedade Lopes, de 64 anos, e a filha, Cláudia Pratas, de 32, dedicam-se ao artesanato como um hobbie, mas é com o profissionalismo de quem ama o que faz que criam diversas peças feitas à mão, desde malas a bordados.
Piedade Lopes começou a dar os primeiros pontos há muitos anos, numa fábrica de costura onde trabalhou. A paixão pela renda e pelos bordados acompanhou-a desde sempre, mas foi só em 2012 que começou a vender o que fazia. A sua filha, Cláudia Pratas, cresceu a ver as criações da mãe e acabou por seguir-lhe os passos. “Comecei mais a fazer babetes e bijuteria e a ajudá-la noutros artigos mais complexos. Entretanto ganhei-lhe o gosto e fomos crescendo e melhorando a trabalhar em equipa”, explica a O MIRANTE Cláudia Pratas.
Juntas, mas cada uma com o seu ritmo e especialidade, dividem o trabalho de forma natural. Piedade dedica-se mais a bolsas, malas térmicas e aventais, enquanto Cláudia foca-se nos babetes e artigos infantis. “Cada uma gosta de trabalhar naquilo que tem mais jeito para fazer e entendemo-nos bem”, explicam, afirmando que aprendem constantemente uma com a outra e com outras artesãs. Mãe e filha asseguram que procuraram aprender mais através de workshops ou até mesmo vídeos na internet porque, sublinham, a ver os outros a trabalhar também se aprende. Participam, em média, em duas feiras por mês, quase sempre na zona da Chamusca. Salientam que o objectivo nunca foi fazer do artesanato uma profissão, embora reconheçam que há quem viva disso, com muito esforço. “Apesar dos tempos modernos, ainda há muita gente a fazer artesanato e viver só disto é difícil, especialmente em meios pequenos”, sublinha Cláudia Pratas que trabalha a tempo inteiro como engenheira alimentar na Golegã.
Mãe e filha apontam que uma das razões pela qual o artesanato é visto por muitos com desconfiança tem que ver com a constante desvalorização do trabalho manual e também à falta de apoio pelos municípios. Apesar disso, as artesãs ressalvam que conseguem vender “razoavelmente bem” e que até recebem encomendas de vários concelhos da região, mantendo assim viva a tradição de criar com as mãos “e com o coração”. Para as artesãs, o artesanato é mais do que um passatempo, é uma forma de expressão e de partilha familiar, sublinham ao nosso jornal. Para Piedade Lopes bordar é algo que está consigo desde os tempos em que aprendia com as vizinhas, nas máquinas antigas e, para Cláudia Pratas, é o reflexo da infância vivida entre linhas e tecidos com a mãe. O que começou como passatempo tornou-se uma paixão a quatro mãos, onde cada ponto é feito com carinho e dedicação.

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