Cultura | 19-05-2025 10:00

A paixão pelas motas clássicas fez nascer uma associação com 200 sócios nas Fontainhas

A paixão pelas motas clássicas fez nascer uma associação com 200 sócios nas Fontainhas
Amigos do Passeio Clássico das Fontainhas juntam aficionados pelas motas antigas

Criada em 2018 por um grupo de amigos, a Associação dos Amigos do Passeio Clássico cresceu, diversificou-se e hoje é o ponto de encontro de cerca de 200 motards que fomentam o lazer, espírito solidário e paixão pelas duas rodas.

A história da Associação dos Amigos do Passeio Clássico (APC) começou com um passeio de sete amigos em motorizadas “cinquentinhas”. O que era apenas uma brincadeira acabou por crescer rapidamente, levando à fundação da associação em 2018. Hoje, com cerca de 200 sócios e sede nas Fontainhas, em Santarém, a APC é muito mais do que um grupo de apaixonados por motas clássicas; organiza passeios, acções solidárias e, acima de tudo, promove o convívio entre gerações. José Baeta, 58 anos, é o presidente e tem como braço direito José Cavaleiro, de 50 anos, actual vice-presidente. “Pensámos que não íamos ultrapassar as vinte pessoas, mas a associação foi crescendo e tem sido muito gratificante estar com toda a gente” afirma a O MIRANTE José Baeta.
Embora a origem esteja nas motas clássicas, a APC rapidamente abriu portas a outro tipo de motorizadas, salientando José Cavaleiro que o grupo se foi tornando num “semi-clube motard”, mantendo o carinho pelas clássicas, mas alargando a oferta a quem anda em motorizadas de maior potência. Hoje, os passeios dividem-se entre os que privilegiam as motas antigas, com percursos mais curtos e cuidados especiais, e aqueles com motos que permitem viagens mais longas. “Já fomos até Ponte de Lima, Oliveira de Azeméis e outros pontos do país. Sempre com atenção ao calendário dos outros clubes motards, para não coincidir com concentrações e aniversários alheios”, vinca José Cavaleiro.
Além dos passeios, a APC promove excursões de autocarro com sócios, familiares e amigos, tendo a última tido mais de seis dezenas departicipantes. A associação organiza ainda acções solidárias que já se tornaram tradição na época do Natal e Ano Novo, desde a ajuda ao pequeno Gil, criança com 95% de incapacidade e sócio honorário da APC, até apoios a instituições de apoio à vítima e associações de protecção animal. “Temos vindo a afirmar o nosso papel na comunidade, pois acho que as associações têm obrigação de ajudar quem mais precisa”, reforça José Baeta.

O amor inexplicável pelas motas
Falar com os responsáveis da APC é entrar num universo de verdadeira paixão pelas motas, onde “primeiro está a mota, depois está a mulher e a família”, afirmam em jeito de brincadeira. Os dirigentes não escondem que as motos são a sua verdadeira paixão, expressando José Cavaleiro que a diferença de conduzir uma moto para um carro ou outro veículo é incomparável. “Apanhamos vento, calor, cheiros de todo o sítio, mosquitos e vemos as paisagens de forma completamente diferente. É um mundo à parte e indescritível”, sublinha. Os fundadores afastam também a “noção errada” de que os motards são “todos uns rebeldes”, relembrando que até há uma linguagem própria com gestos, sinais e códigos de conduta que definem a comunidade motard. O cumprimento mútuo com dois dedos, o esticar da perna como sinal de agradecimento “são todos pequenos detalhes que mostram respeito e camaradagem”.
A associação está a crescer a olhos vistos. “Um dos nossos objectivos é promover o uso e valorização de motos mais antigas e de facto há mais gente a tirar carta, a restaurar motas e a comprá-las até por valores bastante altos. Antigamente uma mota velha custava 500 euros, mas hoje pode ultrapassar os 1.000”, refere José Baeta. Com o sétimo aniversário marcado para Junho, a associação já se prepara para o habitual passeio comemorativo e está a melhorar a sua sede para oferecer melhores condições para acolher outros grupos motards e continuar a promover o espírito de comunidade e solidariedade.

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