Clube do Forte da Casa disponível para sair da zona histórica se houver alternativa

A disponibilidade do Clube Recreativo e Cultural do Forte da Casa para mudar de sede foi manifestada numa iniciativa sobre o futuro da freguesia. A colectividade admite sair do reduto histórico das Linhas de Torres, mas só com apoio para construir novas instalações.
A Associação Cívica Os Amigos do Forte defende a mudança de instalações da sede do Clube Recreativo e Cultural do Forte da Casa (CRCFC), localizada junto às muralhas do antigo forte das Linhas de Torres, construído no início do século XIX, durante as Invasões Francesas. A localização tem dificultado a legalização da infraestrutura do clube, impedindo-o de concorrer a apoios do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) e ao Orçamento Participativo Municipal.
O tema foi abordado na iniciativa “25 de Abril – Construindo o Futuro da Nossa Freguesia”, promovida pelo CRCFC. O evento, inicialmente agendado para 28 de Abril, foi adiado para 19 de Maio devido ao apagão nacional. António Infante, da associação cívica, defende a construção de uma sede condigna fora do reduto 38, libertando espaço neste património histórico, onde já funcionam o Centro Interpretativo das Linhas de Torres (gerido pela Câmara de Vila Franca de Xira), um parque de estacionamento e um parque infantil.
O presidente do clube, Marco Rodrigues, manifestou abertura para a mudança. “Estamos disponíveis para ir para outras instalações com mais capacidade. Existem terrenos no Forte da Casa para isso, e temos projectos que acompanham a realidade actual do clube e o seu crescimento em número de atletas e modalidades”, diz. Contudo, sublinha que essa transição não é possível apenas com os recursos próprios da colectividade.
No passado, a Junta de Freguesia do Forte da Casa defendeu a entrega do pavilhão desportivo da vila ao CRCFC. Rosa Barral, que na altura integrava a junta e actualmente é eleita pelo movimento independente AIPMF, defende que o pavilhão reunia condições para acolher o clube, resolvendo assim o impasse no reduto 38. “A câmara devia apostar na formação nos pequenos clubes, mas o investimento é todo no Futebol Clube de Alverca e no Vilafranquense”, criticou.
Mais cultura e responsabilidade social
A iniciativa abordou ainda o desenvolvimento da freguesia, os apoios às colectividades, a cultura e os eventos comunitários. Os participantes foram unânimes em considerar que a agregação da Póvoa de Santa Iria ao Forte da Casa não beneficiou a vila, contribuindo para que esta funcione como um “satélite” da Póvoa.
Outros temas em destaque incluíram a necessidade urgente de uma ligação à A1 para aliviar o tráfego na Nacional 10, a colocação de lombas e o reforço da iluminação pública. António Infante sublinhou ainda a importância da construção de um auditório de dimensão adequada na união de freguesias para acolher eventos culturais e conferências.
O CRCFC vai continuar a promover reuniões com o movimento associativo da união de freguesias para criar pontes e partilhar recursos. A colectividade mantém também um compromisso com a vertente social e organiza recolhas de roupa e alimentos para os mais carenciados.